O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, disse que os ministros da Corte estão atentos a "ataques de inverdades", após ataques do presidente Jair Bolsonaro contra o STF e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Na abertura dos trabalhos do segundo semestre de 2021, após o recesso de julho, Fux não citou o nome do presidente da República, mas disse que atitudes assim "corroem sorrateiramente os valores democráticos". Em outra crítica, sem citar Bolsonaro diretamente, Fux afirmou que o povo brasileiro não quer polarizações, mas "quer vacina, emprego e comida na mesa".
Além de Fux, compareceram presencialmente à sessão extraordinária a vice-presidente do STF, ministra Rosa Weber, e os ministros Alexandre de Moraes, Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes. Barroso, que também é o presidente do TSE e defensor do voto eletrônico, tem sido o principal alvo de Bolsonaro que defende o voto impresso e voltou a ameaçar não haver eleição caso ele não seja adotado.
O presidente do STF também reforçou o papel do Judiciário na defesa da democracia e disse que o bom juiz se caracteriza pela "prudência de ânimos e o silêncio na língua", não cabendo a ele tensionar o ambiente. Assim, o magistrado precisa avaliar qual é o momento adequado para "erguer a voz diante de eventuais ameaças". Fux pediu diálogo e disse ainda que o tempo será o "melhor juiz" do que está ocorrendo hoje.