Política

Mirando na sua candidatura à presidência, Lula vem ensaiando aproximação com os militares

No entanto, a receptividade do ex-presidente pelas Forças Armadas, é  vista com preocupação entre membros do PT e seus aliados

Ricardo Stuckert
Ricardo Stuckert

O ex-presidente Lula vem se esforçando para se aproximar dos militares, visando apoio para a eleição de 2022. Pessoas próximas ao petista relatam que interlocutores do ex-presidente têm procurado nomes de alta patente para se aproximarem de Lula. O foco são integrantes das Forças Armadas da ativa que não concordam com as ações do governo Bolsonaro, como as pregações contra o Supremo Tribunal Federal e os ataques à urna eletrônica.

De acordo com a coluna de Bela Megale para o jornal O Globo, o foco das conversas é amenizar resistências a Lula com argumentos de que, em seus dois mandatos como presidente, não houve problemas com as Forças Armadas e que, numa eventual vitória sua em 2022, as relações devem seguir pacíficas.

No entanto, a receptividade do ex-presidente pelas Forças Armadas, é  vista com preocupação entre membros do PT e seus aliados. O assunto foi tema do almoço que o petista teve no mês passado com o prefeito do Rio, Eduardo Paes, e sua equipe.

Na ocasião, algumas lideranças perguntaram ao petista qual seria o destino dos mais de seis mil militares que ocupam cargos no governo Bolsonaro, caso seja eleito. Lula repetiu o que tem sido dito às Forças Armadas, de que sempre teve ótima relação com os militares e que continuaria assim. 

Inclusive, durante a semana, o ex-presidente Lula não se manifestou sobre a matéria do Estadão que revelou que o ministro da Defesa, Braga Netto, havia enviado uma ameaça para o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), por meio de um interlocutor, avisando que, sem o voto impresso, não haveria eleições no ano que vem. A postura de Lula foi vista por aliados como um gesto para não se indispor com os militares.