Política

Ex-presidente Dilma descarta vitória de terceira via em 2022: 'não existe'

De acordo com Dilma, o Brasil regrediu socialmente 15 anos em cinco.

Arquivo / Agência Brasil
Arquivo / Agência Brasil

A ex-presidente Dilma Rousseff criticou a chamada "terceira via", que visa encontrar opções eleitorais para 2022 para além de Jair Bolsonaro (sem partido) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Para ela, a opção é inexistente.

Em live na TVT (Tv dos Trabalhadores), Dilma se posicionou contra a proposta de semipresidencialismo defendida por aliados de Bolsonaro e membros do Congresso Nacional. Nesta semana, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), se mostrou favorável ao debate acerca do tema. 

Segundo a ex-presidente, já está claro que Lula "é alternativa concreta de poder" e, por isso, a proposta volta à tona. 

"Esses que tentam mais uma vez reconstruir o semipresidencialismo querem manter a aparência de que o país mudou mantendo o centrão no controle do processo político-econômico do Brasil. Eles querem o desastre mais uma vez", disse Dilma.

"Na sua integridade, o semipresidencialismo é uma espécie de segunda via: a terceira via não existe, não tem substância, então eles vão partir para uma segunda via." 

Dilma Rousseff citou que fome e desemprego caracterizam a crise "extremamente profunda" que atingiu o país nos últimos anos. Ela também afirmou que existe "empobrecimento generalizado" durante o governo Bolsonaro.

"A pandemia aprofunda tendências já existentes. Além de desocupação [de trabalhadores], há o quadro grave de trabalho precário, produto da reforma trabalhista; se tem a inviabilidade dos trabalhadores por conta própria e, também, a falência dos pequenos negócios", disse. 

De acordo com Dilma, o Brasil regrediu socialmente 15 anos em cinco. "Tem um processo de empobrecimento generalizado na sociedade brasileira. Não só daqueles para que era esperado, mas também empobrecimento acelerado das classes médias." 

A ex-presidente resumiu em "caos social" o momento vivido durante a pandemia de covid-19. "Pensávamos que [o combate ao coronavírus] estava centrado só no negacionismo, mas também está centrado na corrupção porque essa história das [negociações de] vacinas está muito mal contada."