Um ano antes de comprar por R$ 1,5 milhão um terreno avaliado em R$ 10 milhões em Casa Nova, na Bahia, a suposta laranja do prefeito Wilker Torres, Mary Rodrigues Figueiredo, tinha apenas R$ 2,68 em uma conta bancária de sua titularidade no Banco do Brasil.
A informação está na denúncia do Ministério Público da Bahia contra Mary e Wilker. O dado foi aferido após a quebra de sigilo bancário e fiscal da mulher que é apontada pelo MP como "laranja" do gestor na compra irregular da área.
O levantamento mostra ainda que, em 2017, Mary declarou à Receita que possuía R$ 330 mil em espécie, R$ 242 em caderneta de poupança e R$ 914 na conta do BB.
No ano anterior à aquisição do terreno, o dinheiro em espécie com Mary saltou para R$ 650 mil, e a conta bancária chegou ao valor módico de R$ 2,68. Em ambos os anos, Mary aparece como sócia da empresa MX2 Produtora.
De acordo com o MP, as contas de Mary foram usadas como "passagem para o trânsito dos recursos proveniente de pessoas físicas e jurídicas vinculadas ao prefeito Wilker Torres". A atitude, ainda de acordo com o órgão, caracteriza "lavagem de dinheiro".
Pelo histórico de créditos e débitos anexado à investigação, o MP concluiu que Mary recebei "mais de R$ 1,3 milhão de transferências de pessoas jurídicas e físicas e R$ 400 mil em depósitos, sendo a maior parte para o pagamento do imóvel".
O LDNotícias mostrou que, apesar de milionária no papel, Mary mora em uma rua simples, em Brasília e tem dificuldades de pagar o tratamento médico de uma de suas filhas.
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