O hoje deputado Kim Kataguiri que contribuiu para a queda de Dilma Rousseff em 2016 e a vitória de Jair Bolsonaro em 2018, mas agora afirma que o presidente "não deixará nenhum legado" positivo e pediu a sua destituição, juntamente com líderes da esquerda.
"Não são coisas contraditórias", afirmou Kataguiri em entrevista à AFP na Câmara dos Deputados, em Brasília. O jovem político, apresenta-se no Twitter como "aquele japonês do Movimento Brasil Livre (MBL)", grupo da direita liberal que fundou e o catapultou como um dos principais líderes dos protestos que encerraram 13 anos de poder do PT.
"Da mesma maneira como o petismo na época fez frente aos nossos valores de defesa da liberdade e da democracia, de combate à corrupção, agora, com o governo Bolsonaro, você tem escândalos de corrupção e um presidente que age com negligência em meio à pandemia", assinalou o também estudante de direito e escritor.
Essa visibilidade lhe rendeu um posto no partido DEM (centro-direita), pelo qual fez campanha por Bolsonaro e foi eleito para a Câmara. Mas a aliança do MBL com Bolsonaro durou pouco e Kataguiri se tornou um dos deputados mais críticos do presidente, desgastado por sua gestão caótica da pandemia e por denúncias de corrupção na compra de vacinas.
No último dia 30, Kataguiri e outros dois deputados que eram aliados de Bolsonaro se juntaram ao "superpedido de impeachment", assinado pela oposição de esquerda.