O transporte municipal de Salvador está ameaçado caso não haja uma solução em curto prazo para sanar o problema financeiro que afeta as empresas de ônibus da cidade. A pandemia foi um dos grandes fatores que causaram essa crise. No início da crise sanitária, chegou a haver uma redução de 70% de passageiros, o que é insuficiente para cobrir os custos do serviço.
Dos 28 milhões de passageiros pagantes mensais previstos na licitação do transporte coletivo por ônibus em Salvador, realizada em 2014, a serem atendidos por uma frota de 2.432 ônibus, atualmente, mais de 11 milhões de passageiros têm utilizado o modal na cidade. Isto representa o equivalente a menos de 40% do estimado inicialmente pela Prefeitura Municipal.
De acordo com a INTEGRA, associação que representa as concessionárias, esta queda foi impulsionada pela pandemia, entre outros fatores, que impacta na saúde financeira das empresas e aponta para o risco de colapso no serviço, o que já ocorreu com a região que era administrada pela empresa CSN e agora está sob operação direta da Prefeitura Municipal.
Segundo auditoria da empresa FIPECAFI, contratada em 2018 pela Prefeitura, foi estipulado, para os anos de 2019 a 2022, a demanda de 20,8 milhões de passageiros pagantes por mês. Porém, estão sendo transportados cerca de 11,8 milhões de passageiros pagantes por mês.
A assessora técnica da Associação Integra, Angela Levita, ressalta que a queda na demanda pode ser explicada, além da pandemia da Covid-19, por alguns fatores como: integração do metrô com ônibus, crescimento descontrolado do transporte clandestino e ausência de prioridade para o transporte público no sistema viário da cidade.
A solução dessa questão, de acordo com a INTEGRA, passa pela iminente necessidade da Prefeitura Municipal fazer os aportes financeiros devidos ao sistema, que sempre foi sustentado apenas pelas tarifas pagas por usuários do transporte.