O servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda falou em depoimento à PF (Polícia Federal) que não gravou a conversa que teve com o presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) sobre as suspeitas de irregularidade na compra da Covaxin. As informações são do jornal O Globo.
A PF abriu uma investigação para apurar as supostas infrações cometidas na compra da vacina indiana, incluindo uma possível acusação de prevaricação por parte de Bolsonaro. Para tanto, o irmão do deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) foi chamado para depor.
Mas, durante o depoimento, Luis Ricardo não teria meios para provar a conversa que alega ter levado com o presidente. No fim de junho, o deputado Luis Miranda falou ter se encontrado com Bolsonaro em 20 de março para denunciar má conduta durante a compra da Covaxin.
O deputado afirmou mês passado que o irmão teria sofrido pressões no trabalho no Ministério da Saúde para aprovar a importação da vacina. Nessa leva de revelações, o UOL apurou que o Brasil pagou US$ 15 a dose da Covaxin, bem acima do valor das demais vacinas contra a covid-19 adquiridas pelo país.
As vacinas da Jansen e parte das vacinas da Pfizer, por exemplo, custaram US$ 10 a dose. Já a Coronavac, vendida pelo Instituto Butantan, custou menos de US$ 6 a dose.
Hoje, a Folha de S. Paulo acusou o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello de negociar a compra de 30 milhões de doses da vacina CoronaVac com intermediários. O preço ofertado formalmente a Pazuello era quase o triplo do valor de venda do Instituto Butantan, atual responsável pela fabricação da vacina no país.