Política

Operação Carga Viral: prefeitura de Juazeiro comprou testes de Covid 56% acima do preço de mercado 

De acordo com o delegado da Polícia Federal à frente do caso, Adriano Silva, as buscas visam tentar comprovar a ligação entre os servidores e empresários que teriam participado da fraude

Divulgação
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A operação Carga Viral, deflagrada nesta terça-feira (13) pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU) em Juazeiro, atestou que a prefeitura da cidade, em 2020, comprou testes de Covid-19 com sobrepreço de 56% acima do praticado no mercado. 

“As empresas que participaram da licitação tinham vínculos entre si, inclusive familiares e atuaram em conluio, não tendo qualquer tipo de concorrências. As empresas não demonstraram capacidade operacional ou histórico de vendas e também de alguma forma atuaram em conluio, o que inviabiliza o menor preço. Identificamos que foram superfaturados, por exemplo, testes rápidos, máscara, luvas, protetor facial. Compraram 8 mil testes rápidos. Fizemos levantamento na mesma compra por outros municípios, a média foi R$ 115 reais e Juazeiro contratou por R$ 180 reais, 56% a mais”, disse o superintendente da CGU na Bahia, Ronaldo Machado. 

De acordo com o delegado da Polícia Federal à frente do caso, Adriano Silva, as buscas visam tentar comprovar a ligação entre os servidores e empresários que teriam participado da fraude. Ele não descartou o envolvimento de membros do Executivo municipal no cometimento dos crimes. À época, o prefeito da cidade era Paulo Bomfim (PT). Estima-se um prejuízo ao erário de mais de R$ 1 milhão.