Política

Bolsonaro associa protestos contra o governo a violência e provoca STF e CPI

O presidente se manifestou nas redes sociais neste domingo (4)

Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) reagiu aos protestos realizados contra o seu governo no sábado (3). Bolsonaro compartilhou nas redes sociais publicações associando os atos a violência. Em uma das postagens, ele faz provocações implícitas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e à CPI da Covid.

"Nenhum genocídio será apontado. Nenhuma escalada autoritária ou 'ato antidemocrático' será citado. Nenhuma ameaça à democracia será alertada. Nenhuma busca e apreensão será feita. Nenhum sigilo será quebrado. Lembrem-se: nunca foi por saúde ou democracia, sempre foi pelo poder!", escreveu o presidente, na noite de sábado (3). Junto ao texto, Bolsonaro publicou imagens de violência nas manifestações, entre elas a depredação de um ponto de ônibus e de uma agência bancária.

 

Em outro momento, Bolsonaro diz que "nenhum genocídio será apontado", e fala que nenhum sigilo "será quebrado". As ações do seu governo no combate à Covid 19 têm sido investigadas pela CPI da Covid, que já quebrou sigilos de pessoas do entorno do presidente, incluindo os ex-ministros Eduardo Pazuello (Saúde) e Ernesto Araújo) Relações Exteriores.

Ainda nas redes sociais, Bolsonaro postou um vídeo que mostra o enfrentamento entre manifestantes e policiais na região da estação Higiênópolis do Metrô, em São Paulo. "Aos 36 segundos [do vídeo] um policial militar é atingido quase mortalmente por uma pedra. Esse tipo de gente quer voltar ao Poder por um sistema eleitoral não auditável, ou seja, na fraude. Para a grande mídia, tudo normal", escreveu.

Manifestações

Manifestantes realizaram neste sábado (3) o terceiro ato em 35 dias pelo impeachment do presidente. Todas as 27 capitais registraram a ocorrência de protestos. Em Salvador, o ato aconteceu no Largo do Campo Grande e seguiu até o Farol da Barra.

Foi a primeira mobilização desde que um superpedido de impeachment foi protocolado na Câmara dos Deputados, na última quarta-feira (30), e após novas denúncias de corrupção na compra de vacinas contra a Covid-19 pressionarem o governo federal.