Política

CPI ouve Carlos Wizard e retoma foco em 'gabinete paralelo' de Bolsonaro

O depoimento é um dos mais aguardados pelos parlamentares, tanto da oposição quanto da base do governo.

Divulgação
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A CPI da Covid ouve nesta quarta(30), a partir das 9h, o empresário Carlos Wizard, que atuou como colaborador informal do Ministério da Saúde durante a pandemia e é investigado como membro do chamado "gabinete paralelo" de aconselhamento ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O depoimento é um dos mais aguardados pelos parlamentares, tanto da oposição quanto da base do governo. 

O “gabinete paralelo" é, até o momento, prioridade entre as linhas de investigação em curso na comissão. Na avaliação da cúpula da CPI, esse grupo, sem vínculo formal com o Ministério da Saúde, influenciou a tomada de decisões do Palácio do Planalto na condução da pandemia, como incentivo à cloroquina e a defesa da tese de imunização de rebanho, na contramão do que dizem estudos científicos e autoridades da saúde.

Inicialmente, o depoimento de Wizard foi agendado para o dia 17 de junho, mas ele afirmou que estava nos Estados Unidos e não compareceu. Em razão da ausência, o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), solicitou a retenção do passaporte do empresário bilionário. Wizard entregou o documento à Polícia Federal ao chegar ao Brasil e nos últimos dias vinha mantendo conversas reservadas com os parlamentares para acertar a data da audiência.

Como é Wizard obrigado a prestar depoimento, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luis Roberto Barroso chegou a autorizar, a pedido da CPI, a condução coercitiva do empresário. A decisão, no entanto, foi revogada. Nas redes sociais, Wizard se justificou e afirmou que estava desde março em Utah (EUA) visitando os pais. Depois, dirigiu-se à Flórida, para acompanhar a filha grávida. "Agradeço à manifestação de apoio e carinho dos amigos. Estou com a consciência em paz", publicou.