A crise do governo Dilma Rousseff e o desgaste do PT obrigaram o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a antecipar os movimentos em favor de sua candidatura para 2018. Ele ampliou a influência no Palácio do Planalto e a agenda de viagens pelo País – em especial na capital federal – e se expôs mais em entrevistas até sobre temas como as investigações envolvendo amigos e um de seus filhos.
Lula pretende ir a Brasília uma vez por semana, a fim de influenciar nas decisões do governo e preservar o bom relacionamento com lideranças de outros partidos. O ex-presidente não acreditaria que Dilma possa recuperar sua popularidade sozinha e, por isso, resolveu adotar uma estratégia de “redução de danos” para si e para o PT.
Mas a tática oferece riscos: na sexta-feira, Lula foi vaiado em evento do movimento negro em Salvador e discursou por menos de 10 minutos. “Deixa a gente cuidar da política e da economia e bota ela (Dilma) para viajar”, disse Lula a um congressista que goza da confiança do ex-presidente e da sucessora dele. Ainda segundo esse interlocutor, Lula teria deixado transparecer que vai querer tomar conta do governo, sobretudo por considerar que suas últimas ações deram certo.
Desde setembro, o ex-presidente participa das principais decisões do Planalto. A reforma ministerial foi a mais evidente: conseguiu emplacar Jaques Wagner na Casa Civil no lugar de Aloizio Mercadante e, ainda que negue publicamente, tem atuado pela substituição de Joaquim Levy na Fazenda. O ex-presidente também foi determinante para reconstruir a aliança com o PMDB.
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