Saúde

OMS alerta que vacinas estão escassas nos países mais pobres

O hub pode permitir que as companhias africanas consigam produzir vacinas com a tecnologia mRNA (usadas nas vacinas da Pfizer e da Moderna) dentro de 9 a 12 meses

Fábio Pozzebom
Fábio Pozzebom

Alguns países que recebem vacinas por meio do esquema de partilha da Organização das Nações Unidas (ONU), a Covax, estão sem doses suficientes para continuar os programas de vacinação, avisou a Organização Mundial da Saúde (OMS).

A Covax entregou 90 milhões de doses a 131 países, número que nem sequer está perto da quantidade suficiente para proteger aquelas populações, alerta Bruce Aylward, conselheiro da OMS. A insuficiência é maior na África, que enfrenta nova onda de infecções.

O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, pediu que os países ricos  deixem de monopolizar as vacinas. Ele lembrou que em todo o continente africano só foram administradas 40 milhões de doses – menos de 2% da população.

Ramaphosa anunciou que a OMS está instalando na África do Sul um hub para dar a companhias dos países pobres e em vias de desenvolvimento o conhecimento e as licenças para produzir vacinas contra a covid-19. Ele chamou a iniciativa de “passo histórico” na partilha de tecnologia que salva vidas.

O hub pode permitir que as companhias africanas consigam produzir vacinas com a tecnologia mRNA (usadas nas vacinas da Pfizer e da Moderna) dentro de 9 a 12 meses.

Segundo a OMS, duas companhias já integram o sistema e há negociações para que a Pfizer e a Moderna participem.

“Com a iniciativa, vamos mudar a narrativa”, disse Ramaphosa, em entrevista coletiva para anunciar o programa.