O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem o "dever cívico" de apresentar as provas que diz ter sobre a suposta fraude nas eleições de 2018. Segundo Barroso, nunca houve fraude eleitoral documentada com a urna eletrônica no Brasil.
Por isso, segundo o ministro, a proposta de voto impresso para as eleições é uma "solução arriscada para um problema que não existe".
"Nunca houve fraude documentada. Jamais. Apenas o pedido de auditoria solicitado pelo então candidato Aécio Neves e que não se apurou impropriedade porque não há. Se o presidente da República ou qualquer pessoa tiver provas [de fraude] tem o dever cívico de entregá-la ao Tribunal e estou com as portas abertas. O resto é retórica política, são palavras que o vento leva", disse Barroso em entrevista a CNN Brasil.
Na avaliação do ministro, o Brasil não ganharia nenhuma segurança com a adoção do voto impresso. "Vamos ter um mecanismo novo que é menos seguro do que o que já existe. Para acreditar no voto impresso é preciso também da urna eletrônica, portanto temos aí um paradoxo", disse. Barroso levantou os riscos da recontagem de votos com a medida.
Segundo o ministro, é justamente na fase de recontagem onde há risco de fraude. "Na recontagem é que há a manipulação dos votos e possibilidade de verificar a composição desses votos. A compra de votos ainda acontece no Brasil, infelizmente, e com isso vai se verificar se determinado candidato teve os votos em determinada sessão. Ele pode até combinar com o eleitor", completa.