Brasil

Petrobras começa processo de venda da fatia remanescente na BR Distribuidora

A expectativa é oferecer as ações, que correspondem a 37,5% do capital da companhia, ainda este mês

André Motta de Souza/Agência Petrobrás
André Motta de Souza/Agência Petrobrás

A Petrobras iniciou o processo de venda de sua parte remanescente na BR Distribuidora, maior distribuidora de combustíveis do país. A expectativa é oferecer as ações, que correspondem a 37,5% do capital da companhia, ainda em junho. Pela cotação de sexta-feira (11), a operação renderia cerca de R$ 11 bilhões à estatal, que desde 2015 argumenta que precisa reduzir sua dívida e focar em investimentos na exploração do pré-sal.

A BR já foi alvo de duas operações em bolsa. Em 2018, a Petrobras levantou R$ 5 bilhões com a venda de 28,75% do capital da subsidiária. Na segunda, no ano de 2019, foram vendidas 33,75% das ações, por R$ 8,6 bilhões, deixando assim de comandar a BR. A operação foi garantida por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). A venda da ação restante foi aprovada pelo Conselho de Administração da Companhia em 2020 e apesar da ideia de concluir a operação no início do ano, o processo atrasou pela conturbada demissão de Roberto Castello Branco, mudando o comando da empresa.

Nesta sexta, a Petrobras informou à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que entrou em contato com a BR solicitando cooperação para implementar a oferta pública de ações. O programa de venda de ativos começou após os anos de prejuízo com o reconhecimento de perdas com o esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato e foi acelerado no governo Bolsonaro, que realizou em 2020 a primeira venda de refinaria da história da companhia, a Refinaria Landulpho Alves, em Salvador, vendida ao fundo Mubadala por US$ 1,65 bilhão, abrindo uma batalha judicial entre sindicatos e partidos da oposição.

O plano prevê a venda de outras sete refinarias, com a empresa focando suas operações de produção de combustíveis na região Sudeste, mantendo assim, as unidades de São Paulo e do Rio de Janeiro. Nesse processo, a Petrobras vem se desfazendo também de ativos no setor de gás natural, energia, biocombustíveis e de campos de petróleo em terra ou fora do pré-sal. Sua dívida, que chegou a superar os US$ 120 bilhões, fechou o primeiro trimestre em US$ 70,9 bilhões.