Política

MPF denuncia Filipe Martins por supostos gestos racistas em sessão do Senado

Para o MPF, Martins 'agiu de forma intencional e tinha consciência do conteúdo, do significado e da ilicitude do seu gesto'

Reprodução/Instagram
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O Ministério Público Federal (MPF) em Brasília denunciou, nesta terça-feira (8), o assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Filipe Martins, por conta de supostos gestos racistas feitos durante sessão no Senado no dia 24 de março. 

No dia 24 de março, Martins acompanhou o então ministro de Relações Internacionais, Ernesto Araújo, em uma sessão no Senado na qual o chanceler falou sobre a atuação de sua pasta em relação à aquisição de vacinas contra a Covid-19.

Em determinado momento da sessão, Martins foi flagrado fazendo um gesto que pode ser associado a supremacistas brancos. Por conta disso, a Polícia Legislativa abriu um inquérito para apurar o caso.

Para o MPF, Martins “agiu de forma intencional e tinha consciência do conteúdo, do significado e da ilicitude do seu gesto”. A ação foi enviada à 12ª Vara de Justiça Federal e, segundo o MPF, contou com informações reveladas pelo inquérito conduzido pela Polícia Legislativa.

No entanto Filipe Martins disse que "desejam emplacar a tese de que eu, um judeu, sou simpático ao 'supremacista branco'. Porque em suas mentes doentias enxergaram o gesto autoritário em uma imagem que me mostra ajeitando minha lapela", relata.

De acordo com o MPF, os procuradores realizaram “perícias minuciosas sobre os movimentos praticados por Filipe” e a investigação “apontou que as ações foram incompatíveis com um possível ajuste das suas roupas”.

Em nota, o advogado João Vinícius Manssur, que representa Filipe Martins, classificou a conduta do MPF como "atípica", e afirmou que "aguarda serenamente a pronta rejeição da denúncia, inclusive por excesso de acusação sem embasamento em nenhuma prova idônea".

"A história de vida de Filipe Martins e suas lutas pelas liberdades públicas e pelos direitos fundamentais caminham a seu favor", afirma o comunicado.