Apesar de uma imensa redução nos deslocamentos e atividades comerciais nos meses de pandemia, a quantidade de carbono na atmosfera terrestre em maio chegou ao maior nível já registrado na história moderna, mostrou um indicador global divulgado nessa segunda-feira (7).
Cientistas da Agência Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA, na sigla em inglês) e do Instituto Scripps de Oceanografia, da Universidade da Califórnia em San Diego, disseram que as descobertas, que foram tiradas a partir da quantidade de dióxido de carbono (CO2) no ar, no observatório climático da NOAA em Mauna Loa, no Havaí, são de que a taxa é a mais alta desde o início das medições há 63 anos.
A medição, batizada de curva de Keeling em homenagem a Charles David Keeling, o cientista que começou a rastrear o dióxido de carbono naquele local em 1958, é um padrão de referência para o nível de carbono na atmosfera.
Os instrumentos no observatório da NOAA, que fica no topo de uma montanha, registraram 419 partes de dióxido de carbono por milhão no mês passado, mais do que as 417 partes por milhão registradas em maio de 2020.
Como o dióxido de carbono é um importante fator na promoção de mudanças climáticas, as descobertas mostram que reduzir combustíveis fósseis, desmatamento e outras práticas que levam a emissões de carbono precisam ser prioridade para evitar consequências catastróficas, afirma Pieter Tans, cientista do Laboratório de Monitoramento Global da NOAA, em um relatório sobre as emissões.
"Estamos adicionando cerca de 40 bilhões de toneladas métricas de CO2 poluente na atmosfera por ano", escreveu Tans. "Isso é uma montanha de carbono que cavamos da Terra, queimamos, e lançamos à atmosfera em forma de CO2, ano após ano".