A seleção brasileira venceu o Equador, na sexta-feira (4), nas Eliminatórias da Copa. Mas a crise por causa da realização da Copa América no Brasil e a denúncia sobre o presidente da CBF deixaram o ambiente pesado.
O presidente Rogério Caboclo, pivô da crise com a seleção brasileira e acusado de assédio sexual e moral por uma funcionária da CBF, estava no jogo de sexta-feira (4) em Porto Alegre.
Rogério Caboclo está sofrendo uma pressão interna na CBF para se afastar e cuidar da sua defesa, o que também iria aliviar a tensão dentro da entidade. Mesmo assim, na sexta, ele tentou se aproximar da seleção brasileira. No gramado, uma longa conversa com a comissão técnica e até uma troca de carinho com Tite.
Mas, na privacidade do vestiário, o papo com todo o elenco não teve um resultado positivo. Os jogadores ficaram constrangidos com o discurso de Caboclo e se irritaram com a insinuação de que eles não deveriam dar entrevistas depois da partida, o que não aconteceu.
O capitão Casemiro respondeu ao repórter da TV Globo, Eric Faria, “Todo mundo já sabe o nosso posicionamento. Mas não vamos falar sobre esse assunto. Nosso posicionamento todo mundo sabe. Mais claro é impossível. O Tite deixou claro para todo mundo qual é o nosso posicionamento e o que nós pensamos da Copa América. Existe respeito”.
O elenco está insatisfeito com a realização da Copa América no Brasil e não gostaria de ter que participar da competição, mas a decisão tomada ainda não foi divulgada. “Não queremos desviar o foco porque isso aqui é Copa do Mundo. Hoje ganhamos um jogo de Copa do Mundo. É importante para nós. Mas nós queremos expressar a nossa opinião. Se é certo ou não, cada um vai determinar. Mas nós queremos expressar nossa opinião sim”, disse Casemiro.
O elenco da seleção também pensa em divulgar um manifesto com a opinião de todo o grupo sobre o assunto. Seria uma demonstração de unidade diante de tudo que que está acontecendo. A crise com o presidente da CBF fortaleceu a relação entre jogadores e comissão técnica, seja na concentração ou dentro de campo.
Perguntado se poderia pedir demissão da seleção, Tite voltou a afirmar que ainda não é hora de falar sobre o assunto.
“Estou fazendo meu trabalho normalmente, estou em paz comigo mesmo. Vocês têm condições de levantar qualquer hipótese, só peço que tenham cuidado para aventarem possibilidades… Eu vou me reportar sim em um momento importante”, disse o técnico da seleção brasileira.
No fim do jogo, uma cena que não é comum: todos os jogadores e comissão técnica se reuniram no banco, antes de descerem juntos para o vestiário.
“Quando fala alguém, fala o grupo, falam todos os jogadores. Com o Tite e comissão técnica. Aqui tem que ser todos juntos”, afirmou Casemiro.
