Com o fechamento de academias, praias, clubes e outros espaços de atividades esportivas em Salvador e pela possibilidade de ser utilizada sozinha e ao ar livre, uma velha conhecida voltou a ganhar protagonismo nas ruas para substituir exercícios físicos e facilitar a locomoção para evitar ônibus cheios: a bicicleta.
Com o incentivo desta tendência, dados do governo federal mostram que só no ano de 2020 foi registrada a abertura de 4.800 empresas que desempenham atividades econômicas relacionadas ao setor de bicicletas no Brasil, o que representa um crescimento de 26% em relação a 2019.
Em Salvador, os donos de lojas que atendem ao segmento relatam um bom crescimento, principalmente durante o período de pandemia. Caio Machado, ciclista e empresário do ramo, tem uma loja de bicicletas em um posto de gasolina, na Avenida Paralela e contou ao LDNotícias que além das bicicletas, muitos clientes também recorreram aos equipamentos obrigatórios como capacete, luva e roupas.
Durante o ano de 2020, diversos produtos e segmentos tiveram uma alta significativa nos preços. Com as bicicletas não foi diferente. Além do aumento, algumas peças também começaram a faltar. “Como lojistas, ficamos um pouco assustados com isso. Houve peças que aumentaram 200/300% em relação ao ano passado e isso tudo devido à pandemia. Além disso, a falta de mercadoria pela procura grande. O tempo que teve lockdown, muita coisa ficou em falta. As coisas estão começando a se ajustar agora, mas ainda longe da normalidade, sem previsão de quando vai retornar o mercado”, contou Caio.
O empresário pontuou ainda que alguns dos produtos em falta são as correntes, cassetes e alguns modelos de bicicletas.
Produtos mais procurados – Entre os mais procurados, além das bicicletas, são camisas, suporte para garrafas, calçados e capacetes. “A gente frisa sempre o uso do capacete por ser um item essencial de segurança. Tem que proteger a cabeça. Por exemplo: não é permitido pedalar sem capacete em grupos. Tem gente que não gosta, acha feio, mas a gente sempre orienta porque qualquer queda pode ser grave”, explicou o ciclista.
Com as vendas indo de “vento em polpa”, Caio Machado avalia que algumas pessoas ainda são inseguras para praticar o esporte de forma mais ativa na capital baiana e procuram modelos mais específicos, mas ainda sim existem modelos de bicicletas que vão das mais básicas, as chamadas “de entrada”, às mais profissionais.
“Logo quando abrimos a loja, as pessoas começaram a procurar as bikes de entrada, que são as mais baratas. O modelo que a gente mais trabalhava era as de R$1.800, mais barata e, por isso, vendíamos mais. Hoje, a mentalidade das pessoas está mudando, não sei se por causa da pandemia ou porque as pessoas começaram a comprar mais. Tem muita gente pedalando, tem aquela comparação de um equipamento com o outro, então agora a procura está sendo das intermediárias para as mais ‘tops’. As de entrada ainda tem uma boa saída, mas as que saem mais hoje são de intermediárias para cima”, avaliou Caio Machado.
Tudo pronto para pedalar, então prepara as pernas, o bolso e não esqueça de andar com segurança e prudência, sempre.