O dono da rede Atakarejo, Teobaldo Costa, não apareceu na reunião conjunta das Comissões de Reparação e Direitos Humanos da Câmara de Salvador, que aconteceu na manhã desta quarta-feira (2). Uma nova convocação será feita a Teobaldo para que ele apresente sua versão do caso e o que a rede tem feito para coibir crimes como esse. Esse novo pedido será feito em conjunto por ambas as comissões da Casa Legislativa.
“Queria ouvir o que ele [Teobaldo] tinha para falar, mas parece que está se escondendo”, criticou Elaine Costa, mãe de Ian. Dionesia Pereira de Barros, mãe de Bruno, diz que só quer que o inquérito seja finalizado e relatou que ontem (1), por conta da nossa convocação, uma preposta do mercado ligou para mim para perguntar o que eu queria. Disse a ela que o que queria não me dariam, que era o filho. Não durmo, sinto dores de dente. Se os meninos erraram era para chamar a polícia e não para executar”, conta.
Para o presidente da Comissão de Reparação, vereador Luiz Carlos Suíca (PT), uma nova convocação é inevitável. Conforme o edil, o colegiado tem esse papel de investigar e ajudar a solucionar crimes bárbaros como esse envolvendo o Atakarejo. “Não podemos deixar isso passar e nem deixar que se apague. A Câmara precisa ajudar a solucionar esses crimes bárbaros, não queremos respostas soltas na imprensa, nem facetas, tampouco opiniões rasteiras e sem fundamento. Precisamos de respostas que reparem as famílias. Chega de punir os negros e acalentar os brancos. É responsabilidade de todos, não justifica Teobaldo se ausentar de uma reunião online, a resposta é o mínimo que ele pode dar”, explica o presidente.
Toda a situação provocou protestos dos familiares de Bruno Barros da Silva e Ian Barros da Silva, tio e sobrinho, que foram encontrados mortos após serem flagrados furtando carne na unidade de Amaralina do Atakadão Atakarejo.