O lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, passa a cumprir prisão domiciliar a partir da tarde desta quarta-feira (18). Ele foi detido há exatamente um ano, dias depois de os policiais deflagraram a sétima fase da Operação Lava Jato.
A soltura de Baiano está prevista no acordo de delação que firmou com a Procuradoria Geral da República (PGR) e o Ministério Público Federal (MPF). Segundo o documento, ele deveria ficar um ano preso, prazo que se encerra nesta quarta.
Conforme o acordo, Baiano vai cumprir prisão domiciliar e terá que usar uma tornozeleira eletrônica e não poderá sair de casa sem autorização judicial. O lobista está preso no Complexo Médico-Penal em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.
Ele é apontado pelas investigações da Lava Jato como um dos operadores de propina para políticos do PMDB, no esquema de desvios da Petrobras.
Em um dos processos, que trata sobre irregularidades no aluguel de navios-sonda para a estatal, ele acabou condenado a 16 anos e um mês de prisão. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), Baiano operou cerca de US$ 15 milhões em propinas.
O caso teve mais repercussão quando outro delator da Lava Jato, o também lobista Júlio Camargo, afirmou que um dos beneficiários da propina foi o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Em depoimento, Camargo disse que o deputado recebeu US$ 5 milhões.
Fernando Baiano também é réu em outro processo da Lava Jato, que envolve executivos e ex-executivos da construtora Andrade Gutierrez. Nesta ação penal, o juiz Sérgio Moro aguarda apenas a apresentação das alegações finais por parte do MPF e dos réus. Em seguida, o magistrado deverá pronunciar a sentença.
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