Brasil

Ministério Público pede que Justiça Federal suspenda concurso da PF

Provas estão marcadas para este domingo (23)

divulgação/PF
divulgação/PF

O Ministério Público Federal (MPF) ingressou com ação na Justiça Federal pedindo que seja suspensa a aplicação das provas do concurso da Policial Federal (PF) marcadas para o domingo (23). A justificativa, de acordo com o MPF é a aglomeração causada na primeria fase do concurso realizado em maio.

Para o MPF, a medida visa proteger a saúde de candidatos, dos profissionais envolvidos na execução do certame e da sociedade como um todo diante do grave cenário da pandemia do coronavírus no país. Na primeira fase, o total de candidatos inscritos chegou a 321.014 para as vagas na Polícia Federal. O concurso foi organizado pela empresa Cebraspe ocasionou aglomerações na aplicação da prova.

O MPF pede também que a Cebraspe seja intimada a explicitar quais foram as medidas de segurança sanitária adotadas na primeira fase do concurso. A ação ajuizada na JF demonstra que houve desrespeito às medidas de distanciamento social vigentes em diversos estados, bem como recomendadas pelo Ministério da Saúde. Imagens registradas por candidatos mostram aglomerações em locais de provas sem qualquer tipo de fiscalização por parte da entidade organizadora.

A organizadora, em manual divulgado a candidatos dos dois concursos, da PF e PRF, admite a possibilidade de pessoas com sintomas de infecção realizarem a prova. De acordo com o documento, candidatos que comparecem ao local de prova com febre realizam a prova em sala especial juntamente com outros candidatos na mesma situação. “Ocorre que colocar em uma mesma sala diversos candidatos que apresentem sinais de febre pode colocar em risco candidatos que não estejam infectados, além de colocar em risco os funcionários responsáveis pela aplicação das provas”, alerta o procurador da República Oscar Costa Filho, que é autor da ação do MPF.

O procurador considera “extremamente danosas à saúde pública” quaisquer iniciativas que promovam aglomerações de indivíduos, potencializando a disseminação em massa da doença.  “Eventos massivos, a exemplo de concursos públicos nacionais, que podem reunir, em um mesmo ambiente, dezenas de milhares de candidatos, representam imenso risco à vida de candidatos, seus familiares, bem como de toda a sociedade”, avalia Costa Filho.