Política

Wajngarten nega ter recebido orientação para não fazer campanha a favor das medidas de proteção

Depoimento do ex- secretário de Comunicação da presidência movimentou o Planalto nesta quarta-feira

Edilson Rodrigues/ Ag. Senado
Edilson Rodrigues/ Ag. Senado

O ex-secretário de Comunicação da Presidência, Fabio Wajngarten, negou ter recebido orientação para não realizar campanhas a favor das medidas de proteção. Ele foi o depoente da CPI da Covid no Senado nesta quarta-feira (12). 

"Nunca, senador", respondeu Wajngarten ao ser questionado se existia a orientação para promover campanhas contra a utilização de máscaras, álcool em gel e isolamento social. Disse ainda que não fez publicações sem a autorização da Advocacia Geral da União (AGU).

Quando perguntado sobre a carta recebida da Pfizer que ficou dois meses sem resposta, ele diz: “A carta foi endereçada ao presidente da república e aos ministros da economia e saúde. Até 9 de novembro ninguém havia respondido. Eu respondi a carta quando recebi”.

O ex-secretário afirmou ter recebido o então presidente da Pfizer, Carlos Murillo no dia 17 de novembro em reunião no Palácio do Planalto, onde, segundo o ex- secretário de comunicação, Murillo, queria que o Brasil fosse a vitrine na América Latina, quando diz respeito a vacinação pelo imunizante da farmacêutica. 

Wajngarten diz na CPI que não guarda nada das comunicações com a Pfizer. À revista Veja ele relata que tinha todos os documentos. Chegou a afirmar que cederia à CPI. 

O presidente da CPI, Omar Aziz, se incomodou com as respostas do ex-secretário que iam de encontro às declarações do mesmo para a revista Veja, dessa forma Omar Aziz dispara para o ex- secretário durante a comissão: "Caso eu veja que o senhor está tangenciando nas respostas, vou suspender e vamos voltar a te convocar aqui, mas não como testemunha e, sim, como investigado."

Wajngarten também foi questionado sobre a interferência da Secom nos perfis pessoais do presidente da república, o que foi negado pelo ex-secretário.