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Irmã de Paulo Gustavo posta última foto com ator

"Sempre de mãos dadas. Sempre e para sempre", ela escreveu.

Reprodução / Instagram
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Uma semana após o falecimento do ator e humorista, Paulo Gustavo, sua irmã Juliana Amaral, fez uma homenagem ao irmão através das redes sociais. 

"Sempre de mãos dadas. Sempre e para sempre", ela escreveu.

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No texto em homenagem ao irmão, Juliana lembrou que o artista tratava as questões políticas com amor, leveza, alma, alegria e humor. "Ele me dizia que o humor que fazia iria transformar até o intransformável. Ele era muito otimista", recordou.

No "Fantástico'' (Rede Globo) deste domingo (9) a equipe de reportagem entrevistou os médicos que acompanharam o caso do ator, e explicou quais foram as complicações que levaram ao falecimento dele. 

Paulo foi internado no dia 13 de março, no Rio de Janeiro. Nos dias anteriores, o artista já sabia de seu diagnóstico de Covid-19 e monitorava sua situação com a ajuda de um oxímetro. Quando percebeu que o vírus estava avançando de forma rápida, ele decidiu procurar um hospital.

Nos primeiros dias, o ator passou três vezes por tomografias. Da primeira vez, 10% de seus pulmões estavam comprometidos, na segunda, 25%, já na terceira, menos de uma semana após o começo dos sintomas, já eram 75% dos pulmões acometidos pelo vírus. Nesse momento, decidiu-se pela internação, que durou 53 dias. Segundo os médicos do ator, o chefe de terapia intensiva Fabio Miranda e o pneumologista Rafael Pottes, ele não possuía qualquer comorbidade que pudesse complicar o seu caso. Paulo Gustavo tinha asma leve, que já estava controlada há muitos anos. "Não tinha nenhuma doença", disse Fábio.

Depois de oito dias internado, em 21 de março, o artista teve que ser intubado. "Ele já estava respirando com um certo cansaço, com um certo esforço. Nesse ponto, nós fizemos uma nova tomografia que mostrou praticamente 100% de área pulmonar acometida", relatou Miranda. Mesmo assim, o ator teve uma sucessiva piora em seu quadro respiratório, apresentando um pneumomediastino quando o ar do pulmão escapa para o mediastino, onde ficam o coração e outros órgãos.

A essa altura, os médicos decidiram submeter Paulo Gustavo à terapia por ECMO (Oxigenação por Membrana Extracorpórea) na UTI, no dia 2 de abril. Essa técnica funciona como uma espécie de pulmão artificial, que ajuda na oxigenação do sangue. "Ele se tornou mais estável com a ECMO, ele permaneceu semanas… Ele também teve pelos duas pneumonias por bactérias que foram devidamente tratadas“, falou o chefe de terapia intensiva.

 Ao longo do período, porém, o ator apresentou complicações como sangramento na pleura, assim como a fístula que persistia. “Ele complicava, mas a gente nunca perdeu a esperança, porque ele era um touro. Ele complicava e melhorava, ele conseguia recuperar tudo, era uma força de vida tão grande", contou Susana Garcia, médica, cineasta e amiga próxima de Paulo Gustavo.

O problema que complicou o caso de Paulo Gustavo e o levou à morte foi o surgimento de outra fístula, chamada de brônquio-venosa, que é bem mais grave que as outras. Isso significa que ocorreu uma comunicação anormal entre um alvéolo e uma veia pulmonar, permitindo entrada direta de ar na corrente sanguínea. "O cérebro e o coração foram órgãos imediatamente afetados por essa quantidade de ar… Não tem como corrigir. Não tem como detectar a área certa em que está ocorrendo e nem como corrigir", esclareceu Miranda. "É muito raro", pontuou Rafael.

O quadro era irreversível. A morte ocorreu às 21:12, do dia 4. "A principal mensagem que a gente tira de um quadro que nem o dele é a agressividade da doença", observou o pneumologista. "As pessoas ficam na internet inventando doença pra ele. Ele era completamente saudável e teve o melhor tratamento. Foi feito todo o possível, e ele morreu", afirmou a cineasta.