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Primeiro grupo humorístico formado por mulheres baianas é destaque nas redes sociais

O LD Notícias conversou com o grupo Lá Elas, formado recentemente, no dia 18 de abril.

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Por: Samara Figueiredo

Quatro mulheres e um desejo em comum: montar um grupo de humor genuinamente baiano e feminino. Maíra, Gabriela, Aline e Lanni decidiram criar um grupo após se encontraram para a gravação da primeira série de humor da Bahia com o humorista Renato Piaba. Algumas delas até já se conheciam e sempre falaram sobre a necessidade de ter mais mulheres na comédia baiana.

O LD Notícias conversou com o grupo Lá Elas, formado recentemente, no dia 18 de abril. “Somos atrizes que têm a vontade de fazer humor e enaltecer a nossa cultura baiana dentro do universo feminino. Quatro perfis diferentes de mulheres que descobriram o tanto de graça que se é possível fazer dentro do nosso cotidiano e como podemos trabalhar pelo fortalecimento da autoestima feminina e diminuição do machismo com uma das coisas mais deliciosas que o ser humano tem. Que é o riso”, reforçou Maíra Lima.

Elas contam o que inspirou mulheres diferentes a se juntarem e encararem de frente um projeto tão desafiador. “Todas nós amamos as artes cênicas e o humor. Todas sentiam a falta de mulheres fazendo humor na Bahia. E também havia em cada uma a vontade de fazer algo novo. Ao nos encontrarmos, foi quase que automática a afinidade. E em poucos dias já estávamos montando o grupo. Tem coisas que simplesmente acontecem. O Lá Elas é assim.”

Através das redes sociais elas vêm ganhando notoriedade apostando em temáticas em torno do universo feminino. “No entanto, a abordagem se dá de forma que desperte também a curiosidade dos homens para situações que eles nem imaginam que nós passamos”, disseram.

Em um universo humorístico que é tomado por homens, elas se arriscaram e mesmo assim optaram por seguir nesse caminho. “Humor é vida! Rir faz bem à saúde, cura! Trabalhar com humor é uma paixão e uma missão. É muito nobre dedicar a vida a despertar sorrisos. Nós sentimos que somos felizes assim.”

 

Humor feminino e o público

Renato Aragão, Paulo Gustavo, Tom Cavalcanti. No Brasil, os artistas do humor com mais visibilidade são homens. O Lá Elas comentou sobre a resposta do público. “Aqui na Bahia ainda somos poucas, mas no Sudeste já tem muitas mulheres, principalmente no Stand Up Comedy, que estão agradando e muito ao público nacional. A mulher traz para o humor um ponto de vista ainda pouco conhecido, porém extremamente agradável. Nós temos muito a falar!”

A falta de mulheres no humor também atinge aos contratantes. Para o grupo, o machismo é um dos motivos. “Achamos que eles [contratantes] não conhecem ainda as mulheres. É uma área onde ainda temos poucas. Os próprios humoristas ficam felizes quando aparece mais uma. Claro que o machismo existe e atinge. Mas as mulheres precisam aparecer mesmo. Se mostrar. O humor feminino agrada.”

 

Humor e pandemia

Durante a pandemia do Coronavírus, a o setor cultural foi um dos mais atingidos. Por isso, a Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc (Nº 14.017/2020), sancionada em junho de 2020 pelo Governo Federal, viabilizou o envio de repasses federais, garantindo renda emergencial destinada a operadores da cultura e à manutenção dos espaços culturais durante a pandemia da Covid-19. Mas nem todos os artistas tiveram acesso a este benefício, principalmente em Salvador, onde partes dos amantes da cultura não conseguiram se cadastrar para receber o auxílio.

Na tentativa de amenizar as perdas sofridas, o grupo criou o projeto “Rifas Solidárias” no intuito de garantir renda para arrecadar fundos para as gravações dos seus vídeos humorísticos. 

 

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Admiração e saudade

Com a morte de Paulo Gustavo, um dos grandes nomes do humor brasileiro, elas concordam que o Brasil teve uma perda imensurável e não pouparam elogios ao humorista. “Paulo era um fenômeno! Extremamente dedicado, talentoso e criativo. Não havia o que ele fizesse que não ficasse muito bom.”