Por: Brenda Ferreira
Em meio à pandemia mais um desafio para elas. Mães, que de alguma forma, estão na linha de frente nas suas profissões enfrentando todas as responsabilidades e dificuldades. Dando conta de casa, filhos, trabalho, afastamento dos familiares e amigos, mas que seguem firmes e fortes.
Um estudo da Universidade Federal Do Mato Grosso Do Sul (UFMS) mostrou que quase 84% das mães sentiram maior sobrecarga em cuidar dos filhos durante a pandemia. Entre aquelas responsáveis por crianças, idosos ou pessoas com deficiência, três em cada quatro afirmaram que aumentou a necessidade de monitoramento e companhia, segundo a SOF.
“O desafio hoje é sair de casa, tendo que deixar nossos filhos, amparados, cuidados, bem, para que a gente possa ter tranquilidade de desenvolver nosso papel profissional”, declarou Naiama Azevedo, enfermeira que está na linha de frente do tratamento de pacientes com covid em dois hospitais de Salvador.
A advogada Juliana Andrade, relatou ao LD Notícias que por ser professora também, foi mais fácil para ela, embora ainda haja o desafio de estar com os filhos todos os dias em casa. “Por ter essa experiência de sala de aula, por saber como me portar não só como mãe, mas como professora e, além disso, alinhei o exercício da minha profissão com o ambiente doméstico também. Isso foi especial, pois permitiu uma vivência maior entre nós”.
Confira matéria em vídeo abaixo:
De acordo com o Instituto De Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), mais mulheres costumam trabalhar em categorias que envolvem serviços como os de alojamento e alimentação, domésticos, de educação, saúde e sociais – os mais afetados no último ano. Comparando o terceiro trimestre de 2019 com o de 2020, ainda com base no instituto, no ano passado houve uma queda de 7,5% no número de mulheres trabalhando, o que resulta em 45,8% delas, taxa mais baixa desde 1990.
O LD Notícias perguntou às mamães por que elas se consideram “barril”. A enfermeira revelou que “é muito difícil ter que deixar nossos filhos para ter que sair para cuidar de outras pessoas com o mesmo empenho. É difícil conciliar tempo e cansaço, porque precisamos também pensar no tempo de qualidade com eles”.
“Me considero uma mãe barril porque acima de tudo na minha vida estão os meus filhos, eu sempre os trato com prioridade. Tudo que eu faço no exercício da minha profissão, na minha vida pessoal, é por ele e para eles. Acho que é um traço diferenciador da minha conduta, diante dos meus três filhos”, afirmou Juliana Andrade.
Toda esta experiência, para qualquer mãe se torna marcante, diante do cenário atual. O LD Notícias também questionou a estas mães o que mais marcou a vida delas nestes últimos anos de pandemia.
“Tinha uma menina muito novinha, que infelizmente faleceu de Covid e eu senti a dor daquela mãe por ter perdido sua filha única”, relatou Naiama Azevedo.
Segundo a enfermeira, outros momentos que marcam muito quem está diretamente lidando com os pacientes infectados, são as ligações que os parentes fazem aos seus familiares internados. “Uma vez, de manhã, foi feita uma chamada de vídeo para uma pessoa e de tarde, a pessoa já não estava mais lá porque veio a óbito. Isso foi bem marcante”.
Atualmente, no Brasil já são 421 mil pessoas que perderam as vidas para a Covid-19 e 15 milhões de casos ativos.