Em uma Audiência, a Ouvidoria da Câmara Municipal de Salvador, debateu a criação do refúgio de Vida Silvestre Vale Encantado, localizado na região de Patamares. Na oportunidade, foram ouvidas representações da Sociedade Civil Organizada, do Ministério Público, Ambientalistas, representantes da Secretaria de Desenvolvimento Urbano da Prefeitura (Sedur) e também pesquisadores e cientistas.
O evento teve uma riqueza muito grande de informações com muito conteúdo, abordando as principais consequências negativas da degradação ambiental em Salvador.
A capital, entre as 16 maiores do país, está apenas na 14ª colocação no ranking de preservação da Mata Atlântica, o que traz consequências, inclusive, relacionadas aos índices pluviométricos, alagamentos, enchentes e deslizamentos, além de consequências também em relação ao abastecimento hídrico. A ocupação desordenada do solo urbano tem trazido um adensamento populacional, potencializando, inclusive, os problemas decorrentes das mudanças climáticas.
De acordo com o Ouvidor, o vereador Augusto Vasconcelos, “produziremos um relatório que será encaminhado ao poder público”. Desde o início do ano, foram feitas reuniões com organizações da sociedade, a exemplo do SOS Vale Encantado e do IMATERRA que entregaram documentos subsidiando a reivindicação para a criação do refúgio de Vida Silvestre do Vale Encantado.
Uma importante área tem sido cobiçada por grandes grupos econômicos, com fortes interesses imobiliários. Cogita-se, inclusive, cortar o território com uma via para passagem de veículos, o que é completamente condenável do ponto de vista técnico e cientifico. “Todos que estiveram na Audiência repudiaram essas iniciativas e nós vamos seguir lutando para assegurar que o refúgio possa ser criado. O prefeito anterior prometeu que iria sair do papel, no entanto o decreto até hoje não foi publicado”, acrescenta Augusto.