Para o comércio, o Natal é a data mais esperada pelo setor, já que, além do aumento nas compras de presentes e lembrancinhas por parte dos clientes, são muitos os que aproveitam o período para buscar um trabalho temporário, o que pode render uma grana extra neste final de ano. No entanto, por conta da crise e da inflação, as expectativas de gestores ligados ao setor não são nada animadoras.
De acordo com o presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Salvador (CDL), Frutos Dias Neto, aproximadamente mil novas contratações temporárias, apenas, devem ser realizadas em toda a cidade, ao contrário de 2014 quando esse número foi cinco vezes maior.
Ele ainda explicou que os principais setores que devem realizar as contratações estão nas lojas de eletro, moda e sapatarias. Com relação às funções, a procura está sendo maior para o preenchimento de vagas como vendedor e estoquista.
Mesmo com a situação, segundo Dias Neto, a vendas devem permanecer semelhantes ao que ocorreu no ano passado. “Em valor, pelo menos, sim. Mas teremos que considerar a inflação e o aumento dos custos fixos e financeiros”, pontuou.
Já o presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio do Estado da Bahia (Sindilojas), Paulo Motta, apontou que as vendas devem ter uma queda de aproximadamente 8% em relação ao mesmo período do ano passado.
Segundo ele, o momento é de cautela: “O atual contingente empregado pode dar conta da procura por parte dos clientes. As contratações serão muito tímidas e, acredito, mais localizadas nos shoppings”, disse.
Como razões para o decréscimo, ela aponta que a instabilidade na política e na economia do país ajudam a agravar a situação. “Essa questão da troca, ou não, do Ministro da Fazenda também contribui, pois não sabemos qual o caminho que será tomado, além de toda a crise, desemprego e inflação pela qual passamos atualmente”, salientou.
Como dica para aqueles que ainda sonham com um trabalho temporário neste fim de ano, Motta acrescenta: “O candidato tem que se mostrar presente, ter o segundo grau e, de preferência, já ter trabalhado no comércio. Isso conta bastante”, explicou. No entanto, lojas também estão aceitando currículos de pessoas que estão em busca do primeiro emprego.
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