Por: Marina Araújo
A retomada das aulas da rede municipal e privada em Salvador ocorreu nesta segunda-feira (3). O coordenador geral da Associação dos Professores Licenciados do Brasil (APLB-BA), Rui Oliveira, e o diretor do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado da Bahia (Sinepe-BA), Jorge Tadeu, foram os entrevistados do programa Ligação Direta, da rádio Salvador FM, desta segunda. De acordo com Rui, a categoria deve se reunir novamente na quarta-feira para decidirem uma possível decretação de greve, caso a prefeitura mantenha o retorno presencial.
Em relação à reunião virtual mediada pelo Ministério Público do Trabalho, na semana passada, com a presença dos professores da rede pública e privada, onde decidiram não retornarem às aulas, Jorge Tadeu explica que a volta do ensino presencial se dará de forma facultativa. Ele acredita que metade das famílias quer o retorno do modelo presencial e que a outra, poderá manter o ensino remoto em suas casas.
“Nessa sistemática, estamos falando da convivência de ¼ dos alunos. Entendemos que essa convivência com os alunos não é como se pensa, onde o professor não tem o controle. Pensando em uma turma de 20 alunos, onde 10 querem voltar e 10 não, a escola teria a frequência de 5 alunos diariamente, então, entendemos que não há esse risco todo quando se obedece aos protocolos rigorosos”, afirma o diretor do SINEP.
Sobre a suspensão das aulas, Rui Oliveira afirma que visitou diversas escolas durante a manhã desta segunda e cerca de 90% delas não está funcionando, mesmo com a determinação da prefeitura.
De acordo com o coordenador geral da APLB o governo municipal está “obrigando os responsáveis que mandarem seus filhos para a aula, assinem um atestado em que se responsabilizam por tudo que possa ocorrer com a criança”.
"Criança de até 6 anos não usa máscara, tem que fazer a higiene bucal, além das secreções, o que pode contaminar os profissionais que irão trabalhar com essas crianças. Então é uma falta de responsabilidade e atesta que o governo não tem nenhuma credibilidade para exigir que os pais se responsabilizem pelo que pode vir acontecer com a criança”.
Nesta quarta-feira (5), segundo Rui Oliveira, acontecerá uma nova assembleia para definir se o governo municipal continua com as escolas abertas e se existe uma pretensão de decretar uma greve, de fato.