Política

Cúpula da CPI quer ouvir servidora do Planalto que fez requerimentos de senadores governistas

Assessora especial da Secretaria de Assuntos Parlamentares da Presidência é apontada como autora de pedidos de Ciro Nogueira e Jorginho Mello

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Renan Calheiros

O relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL) e o vice-presidente, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) querem convocar a servidora do Planalto Thaís Amaral Moura para depor na comissão, instalada no Senado na última terça-feira, 27. A assessora especial da Secretaria de Assuntos Parlamentares da Presidência foi apontada como autora de requerimentos apresentados na CPI pelos senadores governistas Ciro Nogueira (Progressistas-PI) e Jorginho Mello (PL-SC). É possível encontrar o nome da servidora Thaís Amaral Moura ao acessar as propriedades dos arquivos das solicitações dos senadores. A pasta onde Thaís trabalha é vinculada à Secretaria de Governo, comandada por Flávia Arruda. Jorginho e Ciro integram o Centrão e fazem parte da tropa de choque do governo na CPI da Covid.

Na lista dos requerimentos de Ciro com a autoria identificada como tendo origem no Palácio do Planalto estão a convocação da médica Nise Yamaguchi, conhecida por defender o uso da cloroquina contra o coronavírus, prática não recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), uma vez que pode acarretar efeitos colaterais adversos. Presidente do Progressistas, Ciro também solicitou a convocação do prefeito de Chapecó (SC), João Rodrigues (PSD), como testemunha. 

O presidente Jair Bolsonaro já disse que Rodrigues faz um “trabalho excepcional” porque deu “liberdade” a médicos para a prescrição do “tratamento precoce”, com uso de medicamentos sem eficácia comprovada. “Não sei como salvar vidas, não sou médico. Mas não posso tolher a liberdade do médico”, afirmou Bolsonaro em discurso, há duas semanas. 

Jorginho Mello apresentou requerimento que propõe convidar Gilberto Valente Martins, procurador-geral de Justiça no Pará, com o objetivo de ouvi-lo sobre recursos públicos federais repassados para uso no combate ao coronavírus. O pai do governador do Pará, Helder Barbalho (MDB-AL), é o senador Jader Barbalho (MDB-PA), que é suplente da CPI e está na oposição a Bolsonaro. 

 

Fonte: Estadão

MC