Antes ventilada como possível titular da Casa Civil do governo Rui Costa (PT), Major Denice (PT) foi nomeada nesta quinta-feira (29) para o cargo de superintendente de Prevenção à Violência da Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) (leia mais aqui). Desta forma, a sucessão de Bruno Dauster, exonerado em junho de 2020 (leia mais aqui), ainda segue indefinida porque o governador estabeleceu critérios específicos para que o cargo seja preenchido.
Segundo apuração do Bahia Notícias junto a uma fonte próxima a Rui, a vaga ainda não foi ocupada porque ele tem predileção por um perfil mais técnico, distanciado de vínculos político-partidários, e que seja capaz de monitorar e entregar obras estruturantes como VLT, nova rodoviária e melhorias no metrô.
Diante deste cenário, a chegada de Denice à Casa Civil não vingou – antes, ela chegou a ser aventada para as secretarias de Política para as Mulheres (SPM), comandada por Julieta Palmeira, e de Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), chefiada por Davidson Magalhães (PCdoB) (leia mais aqui).
Setores do PT entendiam que ela tinha perfil para ocupar outra superintendência: a da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS). Contudo, após conversar com Rui, a ex-candidata à prefeitura de Salvador ouviu do governador que ele entendia que ela possui características para preencher um quadro na SSP, principalmente pelo histórico na Polícia Militar, onde ela foi comandante da Ronda Maria da Penha.
E JOÃO LEÃO?
No início deste ano, outro nome foi especulado como possível chefe da Casa Civil: o vice-governador João Leão (PP), atualmente secretário Desenvolvimento Econômico (SDE) – a negociação ainda alocaria o ex-presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), Nelson Leal (PP), no atual cargo do progressista (leia mais aqui).
No entanto, informações de bastidores apuradas pelo BN dão conta que o vazamento da informação para a imprensa irritou Rui, o que teria melado o acordo. Também teria contado para o declínio do governador a posição do senador Jaques Wagner (PT), que não queria Leão no cargo. Com isto, a tendência é que o vice-governador assuma a Secretaria do Planejamento (Seplan) – isto ainda não aconteceu graças à crise da pandemia da Covid-19, que paralisou as articulações políticas de Rui.
WAGNER COMO PONTO-CHAVE
Um fator que contribui para que o chefe do Palácio de Ondina queira um perfil mais técnico para a Casa Civil é a experiência de Wagner, contexto diferente do encontrado em 2012, quando o senador nomeou Rui para a Casa Civil, num movimento de preparo para substituí-lo após o fim do segundo mandato no governo baiano.
Pré-candidato ao Executivo estadual para a eleição do próximo ano, o senador conta com o manejo político adquirido durante os oito anos como governador. Desta forma, ele não precisaria de um nome com vínculo partidário para pavimentar um caminho político, como foi o caso de Rui em 2012.
CASA CIVIL
Desde a exoneração de Dauster, o titular da pasta, de forma interina, é o chefe de gabinete de Rui, Carlos Mello. Um dos motivos de não haver pressa para indicar alguém para a vaga é que Mello é nome de confiança do governador e conhece a fundo o trabalho da pasta, tendo exatamente um perfil mais técnico.
Bruno Dauster foi exonerado do cargo em junho do ano passado de forma inesperada, após ser citado pela dona da empresa Hempcare, Cristiana Prestes, como responsável pela negociação de 300 respiradores comprados pelo Consórcio Nordeste e que não foram entregues. A empresa foi o alvo principal da Operação Ragnarok.
Dias antes da operação, Cristiana Prestes disse em entrevista ao jornalista Dinarte Assunção, do Rio Grande do Norte, que o ex-titular da Casa Civil foi o principal responsável pela negociação da compra dos respiradores. De acordo com ela, foi ele quem entrou em contato com a empresa em abril para comprar os equipamentos. Agora, em entrevista à TV Bahia, Cristiana repetiu: “A minha negociação, noventa e nove vírgula nove por cento, foi com Bruno Dauster” .
Bahia///ba// Figueiredo