Política

Demissões no governo seguem ‘padrão Bolsonaro’, com ‘fritura’ e sem planejamento

Presidente atingiu a marca de 23 mudanças na equipe em 27 meses no Planalto, e ex-auxiliares veem semelhanças nas dispensas

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Bolsonaro debocha de presença da imprensa por risco de coronavírus

 

Com a mexida no primeiro escalão promovida nesta semana, o presidente Jair Bolsonaro atinge a marca de 23 mudanças na equipe em dois anos e três meses de governo.

Foram 17 demissões de ministros e seis remanejamentos. Agora, ex-auxiliares já enxergam um “padrão” nas dispensas: Bolsonaro é avesso a reformas ministeriais planejadas, não admite ser contrariado de jeito nenhum e tem por hábito deixar um auxiliar “fritando” até a pressão nas redes sociais se tornar insustentável. 

Em 27 meses de governo, Bolsonaro já fez mais trocas do que seus antecessores Dilma Rousseff (PT), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Fernando Henrique Cardoso (PSDB) em igual período de seus respectivos mandatos. No mesmo intervalo, por exemplo, Dilma substituiu 22 ministros; Lula fez 13 mudanças e Fernando Henrique, 8. 

O caso mais simbólico do estilo Bolsonaro de demitir foi protagonizado pelo ex-titular da Defesa Fernando Azevedo e Silva. O general foi removido do ministério em uma reunião de menos de cinco minutos com o presidente, na tarde de segunda-feira, no Palácio do Planalto. 

“Preciso do seu cargo”, disse Bolsonaro a Azevedo. Horas depois, ele também ordenou a troca dos comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, consumada no dia seguinte. Em transmissão ao vivo pelas redes sociais, anteontem, o presidente afirmou que não falaria sobre a razão da troca na cúpula das Forças Armadas. “Só nós sabemos o motivo. E morreu aqui”, comentou ele, negando que esteja atrás de alinhamento político. 

 

Estadão /// Figueiredo