Justiça

Juiz quebra sigilo de dados de empresários investigados por vacinação às escondidas

deu aval para Polícia Federal acessar informações nos celulares e notebooks de Robson e Rômulo Lessa, alvos de buscas na Operação Camarote

NULL
NULL

 

 

Anvisa encaminha à PF denúncia sobre vacinação de empresários

 

O juiz Rodrigo Pessoa Pereira da Silva, da 35ª Vara Federal Criminal de Minas Gerais, autorizou a quebra do sigilo de dados dos empresários Robson e Rômulo Lessa, investigados no caso da vacinação às escondidas em Belo Horizonte no início desta semana. A dupla foi alvo de buscas e apreensões na manhã desta sexta, 26, na Operação Camarote.

A decisão permite aos investigadores acessarem os aparelhos eletrônicos dos empresários, como celulares e notebooks, e consultarem os arquivos salvos nas nuvens. A quebra de sigilo foi solicitada pela PF, que abriu inquérito na quinta, 25, para investigar o caso. O esquema foi revelado pela revista piauí.

Segundo a revista, um grupo formado por políticos e empresários do setor de transportes de Minas Gerais adquiriu doses da vacina da Pfizer contra covid, não repassou ao Sistema Único de Saúde e aplicou secretamente em 50 pessoas. Seis vídeos obtidos pelo Estadão mostram pessoas sendo vacinadas na noite de terça-feira, 23, em uma das garagens da Saritur, de Robson e Rômulo Lessa.

Agentes da Polícia Federal estiveram nas duas garagens da empresa em Belo Horizonte e questionaram Robson Lessa, que negou a ocorrência da vacinação.

No entanto, o empresário ‘demonstrou nervosismo e apreensão’. Após a divulgação das imagens, os agentes afirmaram que um dos homens que aparece nos vídeos ‘se assemelha, em muito, pela forma de andar e pelas características físicas, ao empresário Rômulo José de Carvalho Lessa’.

“Pelo relato dos policiais na representação, o diretor da empresa Robson José Lessa de Carvalho, apesar de negar a ocorrência do noticiado na imprensa, demonstrou muito nervosismo e apreensão durante a entrevista”, apontou o juiz.

“Em que pese as diligências preliminares não terem obtido êxito, há fortes indícios de ocorrência de importação ilegal de vacinas contra COVID-19 e de realização de vacinação organizada por representantes da empresa Saritur, que, segundo as investigações, são administradas por Robson José Lessa de Carvalho e Rômulo José de Carvalho Lessa”.

 

Estadão // Figueiredo