Mais uma cepa foi sequenciada e identificada pelo Laboratório Central de Saúde Pública Professor Gonçalo Muniz (Lacen). Trata-se da linhagem peruana C.14, que foi introduzida no estado a partir de um viajante que aportou em Salvador de navio, em fevereiro.
Desde que começou a realizar o sequenciamento genético do vírus Sars Cov 2, responsável pela infecção pandêmica que já fez mais de 11 mil vítimas fatais na Bahia, o Lacen já identificou 13 diferentes linhagens do vírus em cerca de um ano, provavelmente vinculadas a múltiplos eventos de importações ocorridas simultaneamente e que justificam o alto número de infecções registradas no estado.
Os estudos indicam que o número de linhagens circulantes mudou com o tempo desde a identificação da linhagem B.1.1.162, a primeira confirmada por testes de sequenciamento genético em fevereiro de 2020, marcando a introdução primária de casos importados da Europa.
Em janeiro 2021 foram também detectadas no estado as novas variantes do SARS-CoV2 recentemente identificadas no Brasil, sendo elas a variante P.1 e P.2 isoladas pela primeira vez no norte e no sudeste do país.
“Os estudos foram realizados em genomas completos do Sars Cov 2 de 112 amostras de diversas regiões geográficas da Bahia, provenientes de indivíduos com sintomas clínicos característicos, como dificuldade de respirar, muito cansaço, SRAG e pneumonia”, explica a diretora do Lacen, Arabela Leal.
Arabela reforça o que os epidemiologistas e infectologistas já vêm alertando em todo o mundo: a mobilidade humana representa um fator crucial para a dispersão do SARS-CoV-2 e das novas variantes. “Enquanto não houver vacina para todos, distanciamento social e medida de restrições ainda continuam sendo essenciais para a minimização da circulação deste patógeno no Brasil”, conclui.
Ascom Sesab//IF