Tom Veiga, intérprete de Louro José, morreu vítima de um AVC, aponta laudo do IML
Exame de necropsia apontou que ele já estava acometido por um aneurisma cerebral, que se rompeu provocando a morte do ator, aos 47 anos. Ator foi encontrado morto em sua casa no domingo; velório será na terça-feira no Rio e o enterro, na quarta, em SP.
O ator e humorista Tom Veiga, intérprete do Louro José no "Mais Você", morreu em decorrência de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) hemorrágico, provocado por um aneurisma. É o que aponta o laudo preliminar do Instituto Médico-Legal ao qual a Globo teve acesso na manhã desta segunda-feira (2).
O aneurisma cerebral é a dilatação exagerada das paredes das artérias intracranianas. O aneurisma pode se romper, causando hemorragia no cérebro, ou seja, um AVC hemorrágico, que ocorre quando um vaso sanguíneo — veia ou artéria — se rompe dentro do cérebro, extravasando sangue.
O AVC hemorrágico é a quarta doença que mais mata no Brasil. Pode ser causado por doenças pré-existentes, como diabetes e hipertensão, entre outras, ou desencadeado por hábitos pouco saudáveis, como consumo excessivo de sal, açúcar e gordura, além de sedentarismo e tabagismo.
Geralmente, um aneurisma não provoca nenhum tipo de sintoma, o que dificulta diagnóstico precoce e tratamento eficaz.
"O aneurisma é uma condição da pessoa, que já nasce com essa predisposição que se manifesta em geral depois dos 40 anos", afirma Luiz Henrique Martins Castro, neurologista e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).
"A elevação da pressão arterial é que faz o aneurisma se romper. A pessoa sente uma dor de cabeça muito intensa por causa desse aumento da pressão sobre o cérebro. Nos casos em que a pessoa não morre, ela tem uma dor de cabeça muito forte, pode ter sonolência e até entrar em coma."
O neurocirugião Adriano Scaff explica que o aneurisma é uma falha nos tecidos das artérias. "As artérias têm alguns tecidos elásticos que permitem que na hora em que o coração bate que ela pulse, que ela dilate e volte. Existe uma falha nesses tecidos. Imagine ter no carro uma bolha no pneu. Fica uma parede dilatada, que é uma parede fraca, e essa parede é chamada de aneurisma cerebral", diz.
"A causa mais comum de ruptura do aneurisma é quando você tem um aumento da pressão arterial. A parede é mais fraca e rompe. Quando rompe, o sangue vai para o cérebro, formando os coágulos. A depender do volume, aumenta a pressão dentro da cabeça e essa pressão não tem para onde ir. Então, comprime uma região que é o tronco encefálico. E a hora que faz isso a pessoa entra em morte encefálica."
Tom Veiga em depoimento ao Memória Globo, 2019 — Foto: Fabrício Mota/Globo
G1 RJ // Itatiaia Fernandes