O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta 6ª feira (16.out.2020) que não desistiu de criar o imposto sobre transações digitais. Na 5ª feira (15.out.2020), ele havia dito que talvez desistisse. Guedes falou em transmissão da XP Investimentos. As declarações foram todas em inglês.
O ministro afirmou que disse que havia desistido após ficar decepcionado com a pergunta de uma jornalista sobre a “nova CPMF”. Guedes nega a associação do que chama de “microimposto digital” com o impopular tributo extinto em 2007, e demonstra descontentamento quando essa ligação é feita.
O plano de Guedes é usar a receita do tributo que quer criar para reduzir os encargos trabalhistas. Segundo o ministro, isso favoreceria a criação de empregos.
“Não me importo se o imposto é feio, desde que funcione em criar novos empregos”, declarou. O ministro usou a expressão “shitty” para classificar o tributo, o que pode ser traduzido como “de merda”. “Acha que liberais gostam de criar novos impostos?”, questionou ele.
“Você me conhece, eu sou 1 homem que desiste fácil?”, disse ele a Caio Megale, que integrou a equipe de Guedes no Ministério da Economia antes de ser contratado pela XP Investimentos.
Paulo Guedes afirmou que deveria ter respondido melhor à pergunta sobre CPMF. Ele fez uma autocrítica sobre a comunicação do governo. Disse que há muito ruído “não porque a mídia é cruel, mas porque a mídia não está bem informada por nós, também”. Isso seria 1 dos motivos da queda do Ibovespa.
Guedes também afirmou que haverá uma aceleração no ritmo de reformas e privatizações. Segundo ele, agora o governo tem 1 eixo político estabelecido.
O ministro citou convergências com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), com quem se reconciliou recentemente. Foram citados os deputados Ricardo Barros (PP-PR) e Arthur Lira (PP-AL), líderes do governo e do Centrão, respectivamente.
Guedes ainda mencionou o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). “Está um pouco ocupado com a própria eleição no Senado, mas quando tem algum tempo vem até nós para conversar”, afirmou o ministro.
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da Redação do LD