Depois de participar de reunião com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e outros integrantes do governo, o presidente Jair Bolsonaro afirmou na noite desta terça-feira que deve definir até a próxima sexta o novo valor do auxílio emergencial, menor que os atuais R$ 600, que pretende prorrogar até o fim do ano. Ele participou da abertura do congresso nacional da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), em um hotel de Brasília.
— O governo fez sua parte […] Acredito que nós tenhamos evitado aí a perda de muitos empregos. Apresentou-se o auxílio emergencial por três meses. Já prorrogamos por mais dois, acaba esse mês. E nós pretendemos prorrogar –pretendemos, né?– até o final do ano, não com este valor que está aí, que pode até ser pouco para quem recebe, mas é muito para quem paga. Quem paga somos todos nós. E não é dinheiro que o governo tem. Isso vem de endividamento. Então, nós estamos negociando — disse Bolsonaro.
— Hoje teve mais uma reunião com equipe econômica […] Demos mais um passo no tocante a isso daí, porque nós acreditamos que teremos mais um endividamento, não na ordem de R$ 50 bilhões por mês, como é este auxílio emergencial no momento, de R$ 600, mas diminuir um pouco esse valor para ver se a economia pega. Nós temos que pegar. A economia tem que pegar — acrescentou.
Citando a presença de integrantes da equipe econômica no evento, ele disse que o governo vai "continuar fazendo o possível" para que o setor de bares e restaurantes não feche definitiva, e lamentou a informação de que cerca de 30% dos estabelecimentos comerciais tenham fechado as portas de vez.
Auxílio emergencial: Benefício aumentou consumo em municípios mais pobres
Sobre a reunião, que discutiu o lançamento do programa Pró-Brasil, pacote de medidas econômicas e sociais que o governo pretende apresentar nos próximos dias, Bolsonaro disse ainda que "outras coisas foram discutidas, e logicamente não batemos o martelo ainda".
Um pedido de Bolsonaro para ampliar o valor do Renda Brasil, programa que irá substituir o Bolsa Família, foi o principal motivo do adiamento. Técnicos trabalham para fechar com cenários e simulações para apresentar ao presidente.
— A gente espera que até sexta-feira esteja quase tudo já definido para nós darmos mais uma ajuda, que é uma obrigação nossa. Não é favor, não, é obrigação nossa ajudar o Brasil a sair da crise que ainda temos e venhamos então voltar à normalidade. No mês de julho agora, o Caged diz que entre demitidos e admitidos tivemos um saldo de 130 mil, isso é muito bom, em parte impulsionado pelo auxílio emergencial. Sabemos disso — comentou.
Nota de R$ 200
O presidente ponderou em seguida que o pagamento do injetou, "por outro lado, dinheiro demais no mercado, papel demais". E disse que esse foi o motivo da criação da nova nota de R$ 200, anunciada no mês passado pelo Banco Central.
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da Redação do LD