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Cientista alerta que Brasil está relaxando medidas de isolamento

A flexibilização do isolamento social no país não se restringe às cidades que atualmente têm queda de casos

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Microbiologista Natalia Pasternak aponta que há riscos de aumento de casos em diversas regiões após afrouxamento da quarentena Foto: Divulgação

Enquanto o Brasil enfrenta média diária de mais de mil mortes por covid-19 e tem sucessivos recordes de novas infecções pelo novo coronavírus, diversas regiões flexibilizaram a quarentena.

Cenas de bares e restaurantes lotados, praias cheias e lojas com muitos clientes se tornaram comuns nas últimas semanas.

A flexibilização do isolamento social no país não se restringe às cidades que atualmente têm queda de casos de covid-19 ou apresentam números estáveis, como São Paulo (SP) e Manaus (AM).

Ela também ocorre em municípios com crescimento de números de mortes e novas infecções pelo novo coronavírus, como cidades do interior.

Especialistas de todo o mundo apontam que um risco da flexibilização é o fato de que muitas pessoas podem pensar que a situação da pandemia está contornada.

Desta forma, podem ter a falsa impressão de que a vida pode voltar a ser como era antes da propagação do Sars-Cov-2, nome oficial do novo coronavírus.

Na Europa, por exemplo, os casos voltaram a subir recentemente em diversos países, após o fim da quarentena. Por lá, autoridades apontam um número crescente de regiões com surtos localizados de covid-19. Em razão disso, governantes locais pediram mais cautela aos cidadãos.

Em meio à flexibilização da quarentena no Brasil, a microbiologista Natalia Pasternak, pesquisadora do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de São Paulo (USP), considera que muitas pessoas "não entenderam que a pandemia continua no seu auge no país".

"Talvez essas pessoas sejam movidas pela falsa impressão de platô e de que as coisas se estabilizaram. Mas elas não percebem que a gente estabilizou no alto, com mais de mil mortes por dia. Isso não é normal. Por isso, não é desejável que normalizem isso e tudo bem viver assim", afirma a especialista à BBC News Brasil.

Reprodução: Revista Época

da Redação do LD