O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, negou pedido da União para que as operações policiais voltem a ser realizadas nas comunidades do Rio de Janeiro, durante a pandemia. As incursões estão proibidas desde o início de junho, exceto em casos absolutamente essenciais, por força de uma liminar concedida por outro ministro do STF, Edson Fachin.
De acordo com Toffoli, o assunto já está sendo avaliada pela Corte na sessão virtual, com encerramento previsto para o dia 4 de agosto, logo, não convém que o presidente se interponha.
Para a União, a suspensão das operações repercute de modo grave no sistema de segurança pública. Mas especialistas que acompanham os números de criminalidade no estado apontam que a suspensão dessas ações reduziu o número de tiroteios e de mortes provocadas por policiais, e sem aumento expressivo nos registros de outros crimes, até agora.
A analista de dados da Plataforma Fogo Cruzado, Maria Isabel Couto, ressalta que, em junho, foram registrados 322 tiroteios na região metropolitana do Rio. Um número alto, mas bem abaixo dos 505 verificados em maio, e menos do que a metade dos 667 ocorridos em junho do ano passado.
Considerando este recorte, 44 tiroteios no mês passado tiveram a presença de agentes de segurança pública, contra 143 em maio e 175 em junho de 2019. A plataforma também divulgou dados inéditos sobre as chacinas até o dia 19 de julho deste ano, e ressaltou que, em 19 das 26 ocorrências, havia a presença de agentes de segurança.
Ao todos, esses registros de disparo de arma de fogo com três ou mais vítimas fatais deixaram 99 mortos só em 2020.
Na semana passada, com a divulgação das estatísticas oficiais de criminalidade no Rio de Janeiro, a Rede de Observatórios em Segurança Pública declarou que a intervenção do Supremo foi fundamental, já que as mortes decorrentes da intervenção de agentes do estado caíram de 129 para 34, entre maio e junho, e isto não produziu aumento em outros índices. A soma de homicídios dolosos, latrocínios e lesão corporal seguida de morte, por exemplo, também reduziu 6,8%.
Fonte: Rádio Agência Nacional
da Redação do LD