Justiça

Pazuello diz a Gilmar que abre dados da pandemia para ministro formar ‘opinião correta’

Magistrado do STF, que telefonou para interino da Saúde, havia dito que Exército estava se associando a um genocídio ao se referir à crise sanitária instalada no País com a covid-19

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Procuradores reagem a 'ataques pessoais' de Gilmar Mendes | VEJA

 

Em um gesto para apaziguar os ânimos após dizer que o Exército estava se associando a um “genocídio” ao se referir à crise sanitária instalada no País com a covid-19, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, telefonou para o ministro interino da Saúde, o general Eduardo Pazuello.

Na ligação, feita nesta terça-feira, 14, Pazuello disse que colocava à disposição todas as informações do enfrentamento da pandemia para que o magistrado pudesse formar uma“opinião correta” sobre a situação do País.

O contato, segundo o Estadão apurou, partiu de Mendes por meio da ligação de sua secretária. No momento, Pazuello estava em uma reunião e, por fim, retornou o telefonema. A conversa foi descrita por ambos, segundo seus interlocutores, como “cordial” e “institucional”. Não houve, porém, pedido de desculpas ou menção às suas declarações por parte do magistrado.

dura crítica de Gilmar, no sábado, 11, mirando os 20 militares que ocupam cargos estratégicos na Saúde, dos quais 14 na ativa, gerou novo embate entre as Forças Armadas e um integrante STF.

O ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, reagiu e ingressou na terça-feira, 14, com uma representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Mendes. Ao acionar a PGR, Azevedo usou parecer da consultoria jurídica que aponta crime contra a honra previsto no Código Penal menciona o artigo 23 da Lei de Segurança Nacional.

Em meio à pandemia do coronavírus, o Brasil está há mais de dois meses sem um ministro da Saúde e registra 74.262 mortes, segundo dados do consórcio de veículos de imprensa consolidados na terça, 14. Pazuello assumiu no dia 15 de maio, quando o então ministro Nelson Teich pediu demissão. Na ocasião, o País registrou 14.962 óbitos.

Diante do novo estremecimento entre Poderes pela condução da pandemia, Bolsonaro passou a ser pressionado para substituir Pazuello. Integrantes do Exército temem pela imagem da Força e querem que o general peça a transferência para a reserva caso seja mantido no cargo.

Segundo auxiliares do governo, o presidente deve começar avaliar nomes para assumir o Ministério da Saúde após se recuperar da covid-19. A expectativa é ter uma definição sobre o comando da pasta até meados de agosto.

 

Estadão////  Figueiredo