Em entrevista coletiva após a reunião de coordenação política com a presidente Dilma Rousseff, na manhã desta segunda-feira, o ministro Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo) disse que é possível fechar o Orçamento de 2016 sem cortar o Bolsa Família. Segundo ele, a sugestão do relator do Orçamento, Ricardo Barros, de cortar R$ 10 bilhões do programa está sendo respeitada pelo governo, mas não é a melhor opção.
Há condições de fechar o orçamento do ano que vem, na minha opinião, sem recorrer a essa iniciativa. O Bolsa Família é um programa consolidado e reconhecido mundialmente. Portanto, não é a melhor hipótese, na minha opinião, para sofrer qualquer tipo de redução na sua disponibilidade financeira para 2016 — afirmou.
Berzoini citou a desaceleração econômica da China e disse que a situação econômica do Brasil não pode ser vista de forma isolada. O ministro manifestou apoio ao colega da Fazenda Joaquim Levy, apontando que o governo acredita que as medidas anunciadas por ele levem à “estabilidade das expectativas”. A fórmula buscada pelo governo, de acordo com ele, é: convergir a inflação para algo mais próximo da meta, angariar condições para reduzir as taxas de juros e construir um orçamento equilibrado.
Ele disse que a equipe econômica ainda não definiu qual será a nova meta fiscal do Brasil, nem tampouco o tamanho do déficit.
Não há ainda definição por parte da equipe econômica que possa ser apresentada à coordenação política do governo. Essa questão deve seguir com a equipe econômica dialogando com o tribunal de contas e também buscando consolidar as expectativas macroeconômicas, expectativas de arrecadação para este ano e para o ano que vem, para que a gente possa definir esse número e apresentá-lo ao país — disse Berzoini.
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