Não há incompatibilidade técnica para o funcionamento da Maternidade Climério de Oliveira, atualmente instalada em um dos andares do Hospital Salvador, e a implantação, em outros andares, de vinte leitos de Terapia Intensiva para Covid-19 pela prefeitura de Salvador. Este foi o parecer da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) encaminhado a Justiça, após o reitor da Universidade Federal da Bahia (UFBA), João Carlos Salles, solicitar uma liminar para proibir que pacientes diagnosticados com coronavírus sejam encaminhados pela gestão municipal ao Hospital Salvador. “A posição do Reitor da UFBA é equivocada e contrária à necessidade da população e do SUS. A recomendação da Vigilância Epidemiológica Estadual e do Centro de Operações de Emergência em Saúde é que a Maternidade Climério de Oliveira seja unidade de referência para Covid-19. Portanto, não há qualquer impedimento para implantar UTI lá”, afirma o secretário da Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas.
Ressalta-se que tal prática já existe no âmbito do estado da Bahia, inclusive na capital. Unidades hospitalares realizam o atendimento geral da população e possuem leitos de UTI contratados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para o atendimento aos pacientes com Covid-19.
Evidente que a unidade precisa adotar procedimentos de controle de infecção em ambiente hospitalar compatíveis com o contexto epidemiológico atual a fim de evitar o aumento da contaminação cruzada. No entanto, tecnicamente é possível compartilhar estruturas, desde que haja atuação efetiva da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), que é presente e obrigatória em todos os hospitais com UTIs.
A diretora da Vigilância Epidemiológica da Bahia, Márcia São Pedro, ainda ressalta em seu parecer, “que tais leitos, principalmente aqueles de UTI, podem ser também disponibilizados em benefício às parturientes acometidas da Covid-19, internadas na Maternidade Climério de Oliveira, e que, porventura, venham a ter qualquer complicação derivada da doença. Trata-se de projeção compatível especialmente às gestantes de alto risco , mais suscetíveis à Covid-19 em razão de suas comorbidades, e que já é realidade nos contextos das maternidades”, ressalta a diretora.
Fonte: SESAB
Redação do LD