Bahia

Número de pessoas que morrem em casa cresceu 5 vezes durante a pandemia

Média saltou de 40 óbitos por mês para 210 no último mês de maio

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O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) está dando uma ajuda às famílias que perdem seus parentes dentro de casa e, no meio da pandemia, têm dificuldades em conseguir emitir um atestado de óbito – documento necessário para liberar o corpo para o sepultamento. 

Essa preocupação é decorrente do aumento do número de pessoas que estão morrendo dentro de suas casas durante a pandemia do coronavírus. Segundo a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), o número de mortes saltou de uma média 40 por mês antes da pandemia para 210 no último mês de maio. Um aumento de mais de 5 vezes.

Coordenador do Samu, Ivan Paiva explica que o serviço fez a contratação de dois médicos para fazer esses atendimentos específicos. A equipe é formada pelo médico e um técnico de laboratório que faz os exames que vão apontar a causa da morte. 

Foto C24h

"A equipe se desloca em um carro administrativo justamente para não tirar uma âmbulancia que pode fazer o transporte de pessoas na regulação ou fazer atendimentos de urgência da rua. Essa não é uma atribuição do Samu, mas nos compadecemos com a situação de várias pessoas que tem dificuldade de emitir uma declaração de óbito. São casos de que até na hora de morrer há pessoas que encontram dificuldade, então precisamos cuidar desse povo", explica o coordenador.

O número elevado de pessoas morrendo dentro de casa é uma preocupação da SMS, de acordo com o secretário da pasta, Léo Prates. Ele afirma que o Samu também está oferecendo suporte ao Governo do Estado e à Central de Regulação na transferência de pacientes de UPA's para hospitais ou de unidades não-covid até centros de referência específicos para o tratamento de coronavírus.

"O nosso objetivo é salvar vidas, mas se não conseguirmos a gente tem que dar a essas famílias o direito de se despedir com dignidade", disse o secretário.

Dono da Funéraria Fonte Nova, no bairro de Nazaré, Marcelo Picón aponta que o número de sepultamentos feitos por sua empresa disparou neste ano. Em maio de 2019 foram 22 serviços funerários realizados: quase metade dos 40 sepultamentos realizados no mesmo mês deste ano.

C24h//IF