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Bolsonaro exonera diretor-geral da PF em meio a negociações para permanência de Moro

Exoneração de Valeixo é publicada no Diário Oficial da União; não há substituto nomeado

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60 principais fotografias e imagens de Jair Bolsonaro - Getty Images

 

O presidente Jair Bolsonaro exonerou o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, em publicação no Diário Oficial da União desta sexta-feira (24).

Moro foi alertado no fim da noite passada de que a saída de Valeixo, escolhido por ele para comandar a PF, poderia ser ratificada. Ele ainda negocia com o Palácio do Planalto sua permanência como ministro.

A exoneração de Valeixo saiu "a pedido", segundo o Diário Oficial, com assinaturas de Bolsonaro e Moro.

Segundo a Folha apurou, o ministro, no entanto, não teria assinado. Seu nome foi incluído no ato de exoneração pelo fato de o diretor da PF ser subordinado a ele. É uma formalidade do Planalto.

Não há substituto no comando da PF, por ora, nomeado.

Agora, com a exoneração confirmada em meio às conversas sobre seu futuro no governo, há uma expectativa sobre se ele realmente deixará o governo Bolsonaro.

Uma solução para sua permanência vem sendo discutida pelos ministros da Casa Civil, Walter Braga Netto, e da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos. E, segundo assessores presidenciais, uma indicação positiva havia sido dado por Moro.

O ministro sinalizou até a noite passada que estava disposto a a aceitar um acordo desde que tenh?a a palavra final na sucessão na Polícia Federal.?

Um nome que conta com a simpatia do ex-juiz da Lava Jato, segundo aliados do ministro, é o do diretor do Depen,? Fabiano Bordignon?.

Já Bolsonaro defende a nomeação para o posto do diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Alexandre Ramagem, ou do secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres.?

Desde que assumiu o cargo, o presidente Bolsonaro ensaiou em mais de uma oportunidade mudar o comando da Polícia Federal, minando a influência de Moro, sobre a cúpula da corporação. Tentativas de ingerência se deram com a abertura e o avanço de investigações contra pessoas do entorno do mandatário.

O incômodo de Bolsonaro com o trabalho da PF aumentou recentemente por causa dos inquéritos que apuram um suposto esquema de fake news para atacar autoridades, entre elas alguns de seus adversários políticos, e as manifestações pró-golpe militar promovidas por grupos bolsonaristas — no domingo (19), o presidente participou de uma delas, em Brasília.

Os dois casos, sob relatoria do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, devem ser tocados por uma mesma equipe de policiais, o que desagrada ao presidente.

 

Folha// Figueiredo