Estudo feito por pesquisadores da PUC, Fiocruz e USP estima que os casos reais de infecção por coronavírus no Brasil devem ser hoje perto de 250 mil, em lugar dos 23.430 confirmados pelo Ministério da Saúde.
A informação é do grupo Nois (que envolve PUC-Rio, Fiocruz, USP e outras instituições). A estimativa é feita a partir de números de letalidade do país, obtida pelo número de morte dividido pelo número de casos.
"A baixa capacidade de testagem pelo RT-PCR fez com que o Ministério da Saúde (MS) recomendasse que apenas os casos graves fossem testados. Ainda assim, nem todos os casos suspeitos deste grupo estão sendo examinados", afirma o relatório dos pesquisadores. "Em São Paulo, onde está a maioria dos casos confirmados no país, apenas 24% do total de testes para COVID-19 foram entregues", reforça.
A taxa de letalidade observada no país para os casos que já tiveram desfecho — pacientes que morreram ou já receberam alta — é de 16,3%, muito alta em relação a outros países onde já há estudos com casos bem documentados, dos quais cerca de 1,3% resultaram em óbito.
Isso não significa que a doença seja mais letal no Brasil, afirmam os pesquisadores, mas sim que o número real de infecções (incluindo os casos leves e assintomáticos) esteja muito acima daquelas notificadas.
Brasil/// Figueiredo