Em isolamento social, em seu apartamento no Leblon, no Rio de Janeiro, o ministro da Economia, Paulo Guedes, não parou de trabalhar. Embora tenha aparecido pouco nos últimos dias, o ministro está engendrado em medidas para mitigar os efeitos catastróficos anunciados pela crise que o novo coronavírus causará à economia do país.
Depois de desenhar uma medida provisória catastrófica, que permitia a suspensão dos salários por quatro meses sem nenhum amparo da União perante os trabalhadores, o ministro matutou uma alternativa temporária para garantir recursos para o respiro do contingente de 55 milhões de desempregados ou em condições de trabalho informal.
A medida envolve propor a redução temporária de 30% dos salários de funcionários públicos que recebam mais de 10 mil reais por três meses. Com esses recursos, o governo espera ter à disposição mais de 130 bilhões de reais para distribuir às pessoas em condição de maior vulnerabilidade uma quantia entre 300 e 400 reais
Em contrapartida à proposta da medida provisória — que, como adiantou o secretário de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco, será reeditada com medidas de auxílio da União para estes trabalhadores. O ministro levou a ideia ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que viu a proposta com bons olhos. Ele se comprometeu a trabalhar com o ministro e arrefecer o clima belicoso estimulado pelo presidente Jair Bolsonaro.
Não à toa, em entrevista realizada no fim da tarde desta quarta-feira, 25, Maia defendeu mecanismos de criação de receitas para o enfrentamento da crise. A interpretação do presidente da Câmara é a de que Bolsonaro deve ser ignorado em prol do combate responsável da pandemia no país.
Guedes convenceu Maia que a medida permitiria o respiro das contas públicas para quando a crise arrefecer e a atividade econômica for reestabelecida. A solução é criar um “orçamento paralelo” para o combate à doença, sem ferir de morte as contas do país. O ministro já informou ao presidente que o país consegue sobreviver sem os serviços e comércios em pleno funcionamento apenas até o dia 7 de abril.
Veja/// Fiigueiredo