Saúde

HGE passa a operar como centro de referência estadual para traumatologia

Demandas que não representem risco de morte, devem buscar atendimento em uma Unidade Básica de Saúde ou uma UPA

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Para atender à demanda da pandemia de coronavírus, a partir do próximo sábado (28), o Hospital Geral do Estado (HGE) passa a atender apenas pacientes regulados pelo Samu ou pela Central Estadual a partir de outros hospitais e UPAs de todo o estado. Demandas que não representem risco de morte, devem buscar atendimento em uma Unidade Básica de Saúde ou uma UPA. No ano passado foram atendidos no HGE mais de 65 mil pacientes, dos quais 36% eram clínica médica, casos que poderiam ser resolvidos em unidades básicas de saúde ou unidades de pronto atendimento.

Os pacientes dos 417 municípios baianos nas áreas de ortopedia, oftalmologia, otorrinolaringologia e outras, além de queimados, passarão a acessar o Hospital Geral do Estado (HGE), em Salvador como unidade 100% dedicada a casos graves. A unidade não receberá casos suspeitos ou confirmados de coronavírus.

O diretor-geral do HGE, André Luciano Andrade, destaca o esforço do governador Rui Costa para preparar diversas unidades para atenderem exclusivamente casos de Covid-19. “Ele teve a sensibilidade de reservar o HGE para o trauma. Em todos os grandes países há um hospital que é zona livre de Covid-19. Pedimos a compreensão da população neste momento, vai ser um período de adaptação, mas todos vão compreender que é melhor procurar uma unidade que atenda clínica médica”. Outro benefício, segundo André Luciano, é não colocar pessoas infectadas com o coronavírus em contato com outros pacientes. “Nós temos pacientes graves, tratando traumas e o contágio do coronavírus é grande”.

André Luciano destaca que o HGE possui uma equipe altamente preparada para atender traumas em mais de 20 especialidades. “Então, atualmente, desgasta-se equipes muito qualificadas com o atendimento de casos leves, medindo pressão, cuidando de dores abdominais. Eu tenho hoje na emergência do hospital três setores que são praticamente enfermarias. E eu preciso que o hospital tenha mais salas vermelhas para urgências emergências”. Outro fator terá impacto positivo será a aplicação de recursos. “Há pacientes de clínica médica que ficam até 40 dias depois de dar entrada e isso também é uma despesa grande. Gasto com medicação, enfermagem, técnico de enfermagem, alimentação seis vezes por dia”. As UPAs mais próximas ao HGE são a dos Barris e a de Brotas.

História

Fundado no dia 10 de abril de 1990, quando substituiu o antigo Hospital de Protno Socorro Getúlio Vargas, o HGE está completando 30 anos. Segundo André Luciano, há 40 anos, o Getúlio Vargas era o único de portas abertas, que atendia toda a população, criando-se assim cultura de se buscar a unidade para qualquer tipo de demanda. “Em relação a urgência e emergência, não tínhamos outras unidades, não existia convênio, não existia nada. Então, para tudo a população procurava o HGE. Eu estou há 44 anos no hospital e ao longo deste período a gente observou que a população cresceu, os traumas cresceram”.

Em 2016, foi inaugurado o HGE 2, que duplicou a capacidade da unidade. O complexo (HGE 1 e 2) é referência para os atendimentos de média e alta complexidade. É o maior hospital especializado em trauma do Estado da Bahia. “O HGE cresceu em centros cirúrgicos, temos 60 leitos de UTI geral, oito pediátrica, quatro na unidade de queimados, um novo centro cirúrgico com dez salas de cirurgia. O hospital foi todo criado para traumas. Não posso transformar sala de cirurgia em leito de Covid-19. Tenho mais de vinte especialidades de plantão 24 horas para atender o trauma”, conclui o diretor-geral André Luciano.

Sesab // Itatiaia Fernandes