O governador da Bahia, Rui Costa (PT), disse nesta quarta-feira (19) que o corpo que aparece em vídeo divulgado na terça-feira (18) pelo senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ) nas redes sociais não é de Adriano da Nóbrega.
O ex-capitão do Bope do Rio de Janeiro é acusado de chefiar uma milícia no Rio e foi morto no último dia 9, durante operação policial na Bahia.
"São falsas. Posso garantir que aquilo não é nem do IML [Instituto Médico Legal] da Bahia nem do IML do Rio. Não são imagens dele. A imagem do corpo tem uma saída de bala nas costas e as costas dele estão lisas", disse Costa a jornalistas em Brasília.
O ex-capitão da Polícia Militar é ligado a Flávio, de quem recebeu homenagem na Assembleia Legislativa do Rio -o filho do presidente foi deputado de fevereiro 2003 a janeiro de 2019.
Na tarde de terça, Flávio publicou um vídeo com imagens de um corpo nu sobre uma mesa de necropsia.
"Perícia da Bahia (governo PT) diz não ser possível afirmar se Adriano foi torturado. Foram 7 costelas quebradas, coronhada na cabeça, queimadura com ferro quente no peito, dois tiros à queima-roupa (um na garganta de baixo para cima e outro no tórax, que perdurou coração e pulmões) e as costas desse jeito aí que estão vendo no vídeo", escreveu o senador.
"Desculpas aos mais sensíveis, mas a postagem do vídeo é necessária para que não haja dúvidas de que ele foi torturado e assassinado, como queima de arquivo. E parte da imprensa está querendo botar na nossa conta. Uma semana antes do assassinato, a esposa de Adriano foi à imprensa denunciar que seu marido poderia ser morto a mando do governador do Rio. O caso é muito sério e tem que ser investigado até as últimas consequências", prosseguiu Flávio na publicação.
O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), também abordou o assunto na terça-feira. Ele defendeu uma perícia independente no corpo de Adriano e disse que uma eventual "queima de arquivo" não interessaria a ele.
Bolsonaro pregou ainda a necessidade de que telefones celulares apreendidos com o miliciano morto passem por uma apuração separada, para evitar, segundo ele, que provas sejam forjadas e incluídas no aparelho telefônico.
BNotícias// Figueiredo