Política

Fim das coligações leva partidos a lançar mais nomes nas eleições municipais

A disputa de 2020 terá número recorde de candidaturas, segundo previsão de presidentes de partidos e analistas

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Urnas eleitorais Foto: RODOLFO BUHRER / Reuters

 

A disputa municipal de 2020 terá número recorde de candidaturas, de acordo com a previsão de presidentes de partidos e analistas. Com o fim das coligações para as câmaras municipais a partir deste ano, cada legenda terá de apresentar uma lista fechada de candidatos a vereador e a tendência é lançar nomes próprios a prefeito para puxar votos para o Legislativo.

A intenção da nova regra é diminuir o total de partidos no país — hoje há 33 legendas registradas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) —, mas esse efeito só deve ser atingido em eleições seguintes.

Os critérios para acesso ao fundo partidário e tempo de TV são baseados nos votos para a Câmara dos Deputados, mas a nova regra pode reduzir o espaço nos legislativos municipais dos partidos menores, que não poderão se coligar com siglas maiores, herdando seus votos.

No MDB, partido com o maior número de prefeituras, a intenção é aumentar a representatividade. Dirigentes estaduais sabem que devem lançar o maior número de candidatos possível para eleger vereadores, diz Baleia Rossi (SP), presidente do MDB.

— Esse foi o ponto mais positivo da reforma que votamos — diz Baleia Rossi, acrescentando: — Incentiva o partido a lançar candidatura, a ter ideologia, ter propostas, ter presença efetiva nas cidades. Vai acabar com os partidos de um dono só.

Para o cientista político Carlos Pereira (FGV), a oferta maior de candidatos é um efeito colateral da nova regra que pode ser positivo:

Pode confundir o eleitor. O eleitor tem dificuldade em diferenciar os partidos, mas a gente tem que esperar para ver se vai haver uma identidade partidária maior pelo fato de os candidatos não pertencerem às coligações.

 

O Globo// Figueiredo