O impasse entre comerciários e lojistas, que já se arrasta há dois anos, pode resultar na paralisação das atividades na Bahia. Após mais uma audiência sem acordo, na terça-feira (19), por intermédio do Ministério Público do Trabalho (MPT), os trabalhadores sinalizaram sobre a possibilidade de uma greve.
Para resolver o imbróglio é preciso assinar a nova Convenção Coletiva de Trabalho, alinhando direitos e deveres das duas categorias. A proposta feita pelos patrões, segundo o presidente do Sindilojas, Paulo Motta, é de reajuste salarial de 3,5%. “Mais que isso não podemos pagar”, dizem eles.
No início das negociações, os trabalhadores pediam aumento de 6,74%, com pagamento de retroativos, sendo 3,94% referentes a 2019 e 2,8% referentes a 2018. Também foi solicitado o valor fixo de R$ 29,00 para domingos trabalhados, e R$ 40,50 para os feriados. O acordo é o mesmo proposto e assinado com outras 71 empresas, entre elas, C&A, Centauro, Riachuelo, Marisa, Calvin Klein, Fast Shop, Renner, Le Biscuit, Casas Bahia e Camicado.
No último encontro, devido à resistência dos lojistas, conforme informou presidente do Sindicato dos Comerciários, Renato Ezequiel, a categoria reduziu o período retroativo para junho deste ano, mas pediu reajuste salarial de 10%. “Não dá mais para sintetizar, já eliminamos tantas coisas que agora chegou ao nível máximo da situação”.
Uma nova reunião foi agendada no MPT para a próxima semana, quando representantes das duas categorias devem voltar a se encontrar. Não há expectativa de consenso ainda neste ano.
“O sindicato não vai fazer nenhum tipo de acordo de convenção coletiva que vá onerar as empresas”, diz Paulo Motta.
“Se não tiver acordo, temos que fazer manifestação na cidade, colocar um edital por estado de greve no comércio”, rebate Ezequiel
BAhia/ba/ Figueiredo