Política

Deputado do PSL assume que atuou como 'infiltrado' para gravar líder do partido

Eduardo sabia. Eu fiz isso porque queria saber o que o grupo estava articulando contra o presidente

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O deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ)

 

O deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) assumiu a autoria da gravação divulgada pela imprensa em que o líder do PSL na Câmara, o delegado Waldir (PSL-GO), se refere ao presidente Jair Bolsonaro como “vagabundo” e diz que poderia implodi-lo. Silveira é o mesmo deputado que quebrou a placa com o nome de Marielle Franco na campanha de 2018.

O parlamentar relatou à coluna que agiu como um “infiltrado” na reunião de deputados que atuaram para manter Waldir na liderança e derrubar a articulação de Bolsonaro de emplacar o seu filho, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), no posto.

— Eduardo sabia. Eu fiz isso porque queria saber o que o grupo estava articulando contra o presidente. Eu comuniquei o Eduardo (Bolsonaro), o Felipe Barros (PSL-PR), o Carlos Jordy (PSL-RJ), todos eles. Meu apoio é incondicional ao presidente Bolsonaro, custe o que custar. — disse Silveira.

O parlamentar contou ainda que o presidente Bolsonaro ouviu a gravação e que também a entregou a uma pessoa de sua confiança, a qual achou melhor fazer o áudio chegar à imprensa “pela gravidade dos fatos”. Disse ainda que decidiu gravar a fala do delegado Waldir quando viu que aquilo que estava acontecendo “parecia (ser uma) conspiração” contra o presidente.

— Vi que estava tendo uma retaliação ao presidente Jair, que parecia conspiração, isso é inadmissível. É perigoso para a nação, a nação inteira pagaria por uma vaidade de um líder, e isso não pode acontecer.

Silveira contou que, para sua participação e dos demais parlamentares terem credibilidade na reunião, ele e os deputados Loester Trutis (PSL-MS) e Luiz Lima (PSL-RJ) assinaram uma primeira lista de apoio a Waldir “para parecer que ele tinha maioria”.

O deputado relatou que logo depois ele e os parlamentares retiraram seu apoio ao atual líder e aderiram a mais três listas subsequentes de apoio a Eduardo Bolsonaro. No entanto, a secretaria da Câmara computou as assinaturas de Silveira e Lima para conferir maioria a Waldir e mantê-lo na liderança.  

 

O Globo/// Figueiredo